Ministra Marina Silva afirma que Ferrogrão não tem licenciamento no Ibama
Ferrogrão sem licenciamento no Ibama, diz Marina Silva

Ferrogrão não possui licenciamento ativo no Ibama, confirma ministra

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, declarou nesta sexta-feira que não existe atualmente nenhum pedido de licenciamento ambiental da Ferrogrão em análise no Ibama. A afirmação foi feita após reunião com representantes do povo Munduruku, que se opõem à construção da ferrovia.

Encontro reúne ministras e líderes indígenas

O encontro contou com a presença da ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, e do presidente da COP30, André Corrêa do Lago. Durante a reunião, Marina Silva explicou que o processo está judicializado e que o Estudo de Impacto Ambiental (EIA/RIMA) apresentado anteriormente foi considerado de baixa qualidade pelo Ibama.

"Quando foi apresentado, o EIA/RIMA estava muito ruim, o Ibama devolveu e, desde então, não foi reapresentado", afirmou a ministra sobre o processo de licenciamento da Ferrogrão.

Protestos antecedem reunião oficial

A reunião aconteceu após manifestação dos Munduruku realizada pela manhã em frente à zona azul. Os indígenas protestavam contra o Decreto 12.600/2025, que institui o Plano Nacional de Hidrovias e inclui os rios Tapajós, Madeira e Tocantins como eixos prioritários para navegação de cargas.

Entre as principais reivindicações dos Munduruku estão:

  • Revogação do decreto das hidrovias
  • Cancelamento definitivo da Ferrogrão
  • Proteção contra grandes empreendimentos em seus territórios
  • Aceleração da demarcação de terras indígenas

Compromissos assumidos pelo governo

A ministra Marina Silva se comprometeu a encaminhar as denúncias sobre mineração em terras Munduruku para os Ministérios dos Transportes e de Minas e Energia. A medida busca responder às preocupações das comunidades indígenas sobre atividades extrativistas em seus territórios.

A líder indígena Alessandra Munduruku expressou expectativa de diálogo direto com o presidente Lula: "Está esperando que conversem com o Lula. A gente quer uma resposta do Lula, principalmente sobre o decreto e sobre a Ferrogrão, porque isso vai nos prejudicar bastante".

Apesar das preocupações, Alessandra reconheceu que o encontro com as ministras e o presidente da COP30 representa um avanço nas discussões.

Brasil registra 37 casos de sarampo em 2025

Em outro tema de saúde pública, o Ministério da Saúde informou que o Brasil registrou 37 casos de sarampo em 2025, todos importados ou relacionados a viagens internacionais. O país mantém o status de livre da circulação endêmica do vírus.

O governo federal está reforçando as campanhas de vacinação, especialmente em regiões de fronteira e no estado do Pará, como medida preventiva contra o aumento de casos no continente americano.