COP 30: Sociedade civil critica exclusão em cúpula de líderes em Belém
COP 30: Críticas à exclusão da sociedade civil

Representantes da sociedade civil manifestaram forte insatisfação com a Cúpula dos Líderes da COP 30, realizada em Belém nos dias 7 e 8 de novembro. De acordo com membros da Cúpula dos Povos, o evento não garantiu um espaço adequado para a apresentação das demandas populares sobre a crise climática.

Exclusão de vozes na discussão climática

Durante coletiva de imprensa na sexta-feira (7), integrantes da comissão política da Cúpula dos Povos Rumo à COP 30 relataram que muitos representantes da sociedade civil não tiveram autorização para falar na Cúpula dos Líderes. Eles também destacaram que o acesso a espaços importantes como as "Discussões Temáticas" não foi concedido aos movimentos populares.

Isabel Cristina, militante do Movimento pela Soberania Popular na Mineração (MAM), foi enfática em sua crítica: "As soluções apresentadas para a transição energética não incluem os povos e são impostas de cima para baixo". Ela reforçou que os chefes de Estado precisam ouvir diretamente as comunidades sobre os efeitos reais da crise climática.

A crise climática como resultado histórico

Os organizadores da Cúpula dos Povos argumentam que a crise climática não é um evento isolado, mas sim o resultado de decisões e ações tomadas pelos países do Norte Global. Eles citam o furacão Melissa, que atingiu recentemente a Jamaica, como exemplo do "colapso climático que já é uma realidade brutal".

Segundo os representantes, nações que já sofrem com o subdesenvolvimento colonial não possuem financiamento nem infraestrutura adequados para enfrentar esses desastres ambientais cada vez mais frequentes e intensos.

Agenda da Cúpula dos Povos por justiça climática

Enquanto a Cúpula dos Líderes se encerra, a Cúpula dos Povos se prepara para seu evento principal, que ocorrerá na UFPA de 12 a 16 de novembro, reunindo mais de 1,1 mil movimentos sociais de 62 países.

A programação inclui:

  • Barqueata no dia 12 de novembro
  • Atividades de debate e plenárias nos dias 13 e 14
  • Marcha da Sociedade Civil no Dia Global de Ação (15 de novembro)
  • Entrega da Declaração dos Povos no encerramento (16 de novembro)

Os eixos temáticos que orientarão os debates são:

  • Justiça Climática e Reparação Histórica
  • Combate ao Racismo Ambiental e ao Poder Corporativo
  • Feminismo Popular e Antipatriarcado
  • Anticolonialismo e Valorização da Biodiversidade
  • Transição Justa, Democrática e Popular
  • Territórios Vivos e Soberania Alimentar
  • Cidades Justas e Periferias Vivas

A Cúpula dos Povos defende que a solução para a emergência climática deve colocar a vida, e não o lucro, no centro do debate. Como destacou a comissão política do evento: "Estamos unidos por uma simples exigência: que aqueles que causam esta crise sejam responsabilizados".