Declaração de Belém coloca pessoas no centro da ação climática
O governo brasileiro fez um importante anúncio nesta sexta-feira (7) durante as discussões sobre os dez anos do Acordo de Paris. A declaração, focada em fome, pobreza e ação climática centrada nas pessoas, recebeu apoio imediato de 43 países e da União Europeia.
China, Reino Unido, Etiópia, Indonésia e México estão entre as nações que endossaram o documento, que propõe uma mudança fundamental na abordagem das questões climáticas. A iniciativa busca colocar a justiça social como elemento central no combate às mudanças do clima.
Compromissos concretos contra pobreza e mudanças climáticas
Os países signatários assumiram compromissos específicos para transformar a teoria em prática. Entre as medidas acordadas estão o apoio aos pequenos agricultores, a promoção de uma transição justa para comunidades que vivem em áreas florestais e o aumento do financiamento para adaptação climática.
Um ponto crucial do acordo é que esses recursos adicionais não prejudicarão os fundos já destinados à mitigação das emissões de carbono. O painel científico da ONU alerta que as mudanças climáticas podem empurrar até 80 milhões de pessoas para a pobreza até 2050 se não forem tomadas medidas urgentes.
Da teoria à prática: tributação como ferramenta climática
A Declaração de Belém se baseia na Aliança Global contra a Fome e a Pobreza do G20, lançada pelo Brasil no ano passado durante sua presidência do bloco. O presidente Lula defendeu a taxação de super ricos como mecanismo de financiamento para ações climáticas.
Estudos apresentados indicam que a taxação de grandes fortunas pode gerar entre US$ 200 bilhões e US$ 1,3 trilhão, dependendo do percentual de tributação aplicado. Esses recursos seriam fundamentais para implementar as medidas propostas na declaração.
A iniciativa representa um marco na integração entre justiça social e ação climática, mostrando que o combate à pobreza e a proteção do ambiente são causas que devem caminhar juntas.