
Eis que a política maranhense nos apresenta mais um capítulo digno de roteiro de cinema — e não dos bons, diga-se. O Tribunal Regional Eleitoral do Maranhão acaba de cassar, por unanimidade, o mandato do prefeito de São João do Sóter, Raimundo Nonato Lima Veras.
O motivo? Ah, o velho e conhecido voto de cabresto, mas com um detalhe saboroso: a eleição municipal de 2024 foi decidida por apenas DOIS votos. Sim, você leu direito. Dois votos que valeram uma prefeitura inteira.
A história é tão surreal que parece invenção. O Ministério Público Eleitoral apresentou provas robustas — e quando digo robustas, é porque tinham até áudios e mensagens — de que o então candidato comandou um esquema organizado de compra de votos. Não era coisa pequena: valores entre R$ 50 e R$ 200 por voto, dependendo do "valor" do eleitor.
O esquema que virou poeira
Os detalhes são de deixar qualquer um de cabelo em pé. Líderes comunitários atuavam como intermediários, recebendo a grana e repassando aos eleitores. Tinha até combinado de pagamento parcial antes da eleição e o restante depois — profissionalismo total na ilegalidade.
O que me faz rir (de nervoso) é que o defensor do prefeito tentou argumentar que as provas eram "insuficientes". Insuficientes como? Tinha áudio, mensagem, testemunha... Queria o quê? Um vídeo em 4K com confissão espontânea?
A jogada desesperada foi alegir que a ação judicial tinha sido movida por "motivações políticas". Como se compra de voto fosse apenas uma opinião política diferente.
E agora, José?
Com a cassação, o vice-prefeito, José de Ribamar Frazão, assume o cargo. Resta saber se ele estava por dentro da maracutaia ou se vai herdar um pepino dos grandes. O povão de São João do Sóter que se prepare — porque a reviravolta promete.
E pensar que tudo isso por dois votos. Dois! Isso que dá achar que eleição se ganha no varejo — no sentido literal da palavra.