
Parece brincadeira, mas é a pura realidade. O Ministério da Justiça virou aquela cadeira na sala de aula que ninguém quer ocupar - todo mundo desvia o olhar quando o professor pergunta quem vai se sentar lá.
E não é para menos. Nos últimos anos, o cargo se transformou numa espécie de passagem rápida para o ostracismo político. Quem assume já começa a fazer as malas mentalmente.
Um Pêndulo Sem Fim
Desde 2019, a situação beira o surreal. Sete ministros diferentes ocuparam a cadeira mais quente do Planalto. Sete! É como se cada um trouxesse sua própria cadeira de praia, porque sabe que vai ser rápido.
Flávio Dino, o atual ocupante, deve estar sentindo aquela coceira atrás da orelha que antecede a mudança. Ele mesmo já deu sinais de que pode pular do barco em breve - e quem pode culpá-lo?
Por Que Tanta Rotatividade?
O problema é estrutural, meu caro leitor. Imagine ter que:
- Agradar ao Planalto enquanto tenta manter alguma autonomia
- Administrar uma pasta gigantesca com orçamento mixuruca
- Enfrentar crises diárias que dariam ulcera em qualquer um
- Servir de escudo humano para tiros que vêm de todos os lados
É basicamente como tentar apagar incêndio com gasolina. Todo dia.
O Efeito Dominó da Instabilidade
Quando um ministro cai, leva junto:
- Todo o planejamento estratégico da pasta
- A confiança dos servidores de carreira
- Projetos que mal saíram do papel
- Qualquer esperança de continuidade administrativa
Resultado? O barco fica navegando em círculos, sem rumo e sempre à beira do naufrágio.
E Agora, José?
Com a possível saída de Dino - que já está de olho em vagas no STF - a pergunta que fica é: quem será o próximo voluntário para essa missão quase suicida?
Os nomes circulam, os boatos correm soltos, mas a verdade é que ninguém parece muito ansioso para abraçar esse abacaxi. E você, aceitaria o cargo?
Pois é. Enquanto isso, o Ministério da Justiça continua sendo aquela festa que todo mundo quer evitar - mas alguém sempre acaba tendo que ir.