Ex-carcereiro de Lula prepara livro sobre os 580 dias de prisão do presidente
Ex-carcereiro de Lula lança livro sobre prisão em 2025

Um agente da Polícia Federal que teve uma visão privilegiada de um dos capítulos mais marcantes da política brasileira recente decidiu registrar suas memórias. Jorge Chastalo Filho, o ex-carcereiro do presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante sua detenção em Curitiba, está preparando um livro que promete detalhar os 580 dias que o petista passou preso.

Diário íntimo da prisão presidencial

A obra, que tem lançamento previsto para abril de 2025 pela editora WMF Martins Fontes, será estruturada no formato de um diário. O texto se baseará nos registros pessoais feitos por Chastalo ao longo de todo o período, desde a chegada de Lula à Superintendência da PF em Curitiba, em abril de 2018, até sua soltura, em novembro de 2019.

O ex-carcereiro acompanhou de perto a rotina do então ex-presidente, sendo testemunha de momentos cotidianos e de eventos de grande impacto emocional. Seus relatos prometem ir além dos fatos já conhecidos pelo público, oferecendo um olhar interno sobre o dia a dia daquela detenção.

Os momentos que marcaram a prisão

Entre os episódios que serão abordados no livro, está o início do relacionamento de Lula com Janja, então sua namorada e hoje primeira-dama, que visitava o marido regularmente. O agente também deve detalhar a rotina de visitas, que incluía familiares, aliados políticos e advogados.

Um dos momentos mais trágicos do período, a morte do neto Arthur, de 7 anos, também fará parte da narrativa. Chastalo teve a oportunidade de observar como o presidente lidou com a dor e a comoção familiar durante aquele episódio devastador, ocorrido enquanto ele estava sob custódia.

Trajetória do agente e retorno ao Brasil

Jorge Chastalo deixou sua função como carcereiro de Lula e, posteriormente, foi designado para um cargo no exterior durante o governo de Jair Bolsonaro. Ele atuou como adido da Polícia Federal em Lima, no Peru, uma posição que funciona como uma espécie de representante da corporação em solo estrangeiro.

Seu retorno ao Brasil ocorreu em janeiro de 2024, após o fim da missão internacional. Agora, de volta ao país, ele se dedica a finalizar os manuscritos que darão origem ao livro, organizando anotações e lembranças de um período que ficou gravado na história do Brasil.

A expectativa é que a publicação traga novos detalhes e perspectivas sobre um evento político e judicial que polarizou a nação, narrado por alguém que estava do lado de dentro, responsável pela custódia de uma das figuras mais importantes e controversas do cenário nacional.