
Olha, a coisa tá ficando interessante no PSDB — e nem todo mundo tá feliz com isso. Ciro Gomes, aquele sujeito que nunca passa despercebido, vem causando um rebuliço danado entre os tucanos. E não é pouca coisa.
Os últimos debates foram, digamos, reveladores. Ciro chegou com aquela verve característica, misturando dados técnicos com uma retórica que — convenhamos — sabe cutucar onde dói. Teve tucano de olho brilhando, vendo naquele desempenho uma possibilidade real de dar um gás na campanha. Mas calma lá que a festa não é geral.
O entusiasmo que não convence a todos
Por um lado, tem uma galera realmente empolgada. "Ele tem traquejo", ouvimos de um deputado que preferiu não se identificar — coisa típica de político quando o assunto é espinhoso. Outros falam em "capacidade de comunicação" e "firmeza nas ideias". Parece até que encontraram uma espécie de messias político, mas a realidade é bem mais complicada.
O PSDB não é aquela festa unida que aparenta ser. Longe disso. Existem alas, correntes de pensamento, e — pasmem — até divergências! Quem diria, não?
A resistência silenciosa (e às vezes nem tão silenciosa assim)
Enquanto uns se deixam levar pelo calor do momento, outros mantêm os pés no chão. E que chão duro, meu amigo. A conversa nos corredores do partido revela um ceticismo que beira o desdém. "Ele é forte apenas no Ceará", soltou um dirigente nacional, com aquele ar de quem sabe mais do que está dizendo.
E não é que tem razão? As pesquisas — aquelas mesmas que às vezes acertam — mostram Ciro com uma força considerável em seu estado natal, mas quando olhamos para o Brasil como um todo... bem, a história é outra. Parece aquela banda que faz sucesso no interior mas não decola nacionalmente.
O eleitorado tucano tradicional: um problema à parte
Aqui mora um dos grandes dilemas. O PSDB tem seu eleitorado cativo — conservador, de centro-direita, com certa aversão a experimentações radicais. Ciro, com seu discurso às vezes inflamado e posições que variam conforme o vento (ou conforme a conveniência), não é exatamente a xícara de chá desse pessoal.
É como tentar vasar feijoada num restaurante vegetariano — pode até ter quem goste, mas a clientela tradicional vai torcer o nariz.
E o Ceará nessa história toda?
Ah, o Ceará! Terra do sol, do baião e — pelo visto — das ambições políticas de Ciro Gomes. Lá, a coisa é diferente. O pessoal do PSDB local praticamente já o adotou como candidato natural. Falam em "projeto de poder" e "reconstrução estadual" com um entusiasmo que, confesso, até contagia.
Mas será que o que funciona no Nordeste vai pegar no Sul? No Sudeste? Nas capitais onde o eleitor é mais desconfiado? Eis a questão que tira o sono de muitos tucanos.
O veredito final (ou pelo menos o atual)
No balanço geral, a situação é clara: Ciro empolga, sim, mas ainda é visto como candidato com potencial limitado geograficamente. O PSDB nacional hesita em abraçá-lo totalmente, temendo que um apoio integral possa — como dizem por aí — "queimar o filme" do partido em outras regiões.
Enquanto isso, no Ceará, a máquina partidária já se movimenta, preparando o terreno para uma campanha estadual sólida. Parece que, por enquanto, o plano é fortalecer as bases locais antes de pensar em voos mais altos.
Resta saber se Ciro aceitará ficar no "quintal" ou se insistirá em tentar conquistar a "casa grande". Na política, como na vida, às vezes é melhor ser cabeça de leão do que rabo de dragão. Mas cada um com suas escolhas.