Condenação por ataque estratégico
Um tribunal militar russo determinou nesta quinta-feira, 27 de novembro, a prisão perpétua para oito homens acusados de participação no ataque que explodiu parte da ponte de Kerch, estrutura que conecta a Rússia à península da Crimeia. O atentado ocorreu em outubro de 2022 e resultou na morte de cinco pessoas, incluindo o motorista do veículo utilizado no ataque.
Detalhes do ataque e consequências
O explosivo estava escondido em um caminhão de carga e causou destruição parcial da ponte de dezenove quilômetros, inaugurada pelo presidente Vladimir Putin em 2018. A estrutura é considerada um símbolo do domínio russo sobre a Crimeia, território anexado pela Rússia em 2014, e tornou-se crucial para o abastecimento das tropas russas durante o conflito com a Ucrânia.
Kiev assumiu a autoria do ataque através do Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU), afirmando que o alvo era uma rota militar estratégica. Além do ataque de 2022, a ponte foi alvo de outros incidentes:
- Em julho de 2023, drones marítimos danificaram parte da estrutura
- Em junho deste ano, explosivos subaquáticos comprometeram seriamente os pilares da construção
Processo judicial e defesa dos acusados
Os oito acusados foram julgados por terrorismo em um processo realizado a portas fechadas. Todos negaram envolvimento no ataque e afirmaram desconhecer a carga explosiva transportada no caminhão. Entre os condenados está Oleg Antipov, chefe de uma empresa de logística, que declarou ter cooperado com as autoridades, passado por teste de polígrafo e que nenhum testemunho o incriminou.
A defesa alega que o tribunal impediu medidas essenciais para comprovar a inocência dos réus e já anunciou que vai recorrer da decisão. Segundo promotores russos, os explosivos estavam escondidos em cilindros de metal dentro de rolos de filme plástico e foram contrabandeados por terra através da Bulgária, Armênia e Geórgia, até chegar à Rússia.
As autoridades russas sustentam que os acusados faziam parte de um grupo organizado que ajudou a Ucrânia a executar o atentado. O caso continua gerando tensões entre os dois países em conflito, com a ponte da Crimeia mantendo-se como um alvo estratégico de alto valor simbólico e logístico.