Vídeo de professora muçulmana com crianças é fake: IA gera polêmica
Vídeo de professora muçulmana com crianças é fake

Um vídeo que circula nas redes sociais, supostamente mostrando uma professora muçulmana ensinando orações islâmicas para crianças britânicas em uma escola, foi identificado como conteúdo falso gerado por inteligência artificial. A verificação foi realizada pela equipe do Fato ou Fake, que confirmou a falsificação através de ferramentas especializadas.

Como o vídeo se espalhou

Publicado na quinta-feira (6) no Facebook, o material rapidamente viralizou em outras plataformas como TikTok e X, onde uma única publicação alcançou mais de 1,8 milhão de visualizações. As legendas que acompanhavam o vídeo afirmavam que crianças de "no máximo 5 anos" estariam recebendo aulas sobre como orar para Allah em uma escola inglesa, omitindo completamente que se tratava de conteúdo sintético.

Análise técnica revela inconsistências

O Fato ou Fake submeteu uma captura de tela do vídeo a duas ferramentas de detecção de IA, que confirmaram a falsificação: a Sightengine apontou 81% de chances de ser conteúdo artificial, enquanto a Decopy AI indicou 100% de probabilidade.

Além das análises técnicas, o vídeo apresenta pelo menos duas anomalias visuais evidentes: o elástico de cabelo de uma das alunas diminui de tamanho ao longo da gravação, e após se ajoelhar, a professora se levanta e senta em uma cadeira "invisível" que não aparece em nenhum momento anterior na cena.

Conteúdo do vídeo fraudulento

A cena, que simula uma gravação de câmera de segurança, mostra uma professora usando jihab ajoelhada na frente de 12 crianças. Ela dá instruções em inglês: "Coloquem suas mãos para cima. Digam 'Allahu Akbar'. Coloquem as mãos em suas pernas e curvem suas cabeças gentilmente no tapete". A expressão "Allahu Akbar" significa "Deus é o Maior" e é frequentemente repetida em orações islâmicas.

Este caso se soma a uma série de conteúdos falsos que têm circulado nas redes sociais, especialmente em períodos de tensões internacionais, onde a desinformação encontra terreno fértil para se espalhar.