Prefeitura do RS é investigada por desviar R$ 120 milhões durante enchentes
PF investiga prefeitura por desvio de R$ 120 mi em enchentes

A Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União deflagraram nesta terça-feira, 11 de novembro de 2025, uma operação contra a prefeitura de Lajeado, no Rio Grande do Sul, por suspeitas de corrupção durante as enchentes que devastaram o estado em 2024.

Operação investiga contratos milionários

De acordo com as investigações, a gestão municipal teria utilizado recursos do Fundo Nacional de Assistência Social para firmar contratos superfaturados sem licitação, totalizando R$ 120 milhões. Os valores foram destinados à contratação de profissionais como psicólogos, assistentes sociais, educadores sociais, auxiliares administrativos e motoristas.

As autoridades afirmam que a prefeitura se aproveitou do estado de calamidade pública decretado durante as fortes chuvas de maio de 2024 para realizar contratações diretas com uma única empresa, sem observar os procedimentos legais.

Mandados cumpridos em nove cidades

Nesta terça-feira, 92 policiais federais e três auditores da CGU cumpriram 35 mandados de busca e apreensão em nove municípios gaúchos: Lajeado, Porto Alegre, Muçum, Encantado, Garibaldi, Guaporé, Carlos Barbosa, São Leopoldo e Novo Hamburgo.

Os mandados, autorizados pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região, também determinaram o bloqueio de R$ 4,5 milhões em ativos e o confisco de dez veículos ligados à gestão municipal.

Crimes investigados e consequências

Segundo o comunicado oficial da PF e da CGU, há fortes indícios de que a contratação direta ocorreu sem a observância da proposta mais vantajosa para o erário público, com valores significativamente acima do mercado.

Os investigados poderão responder por desvio de verbas públicas, crimes em licitações e contratos administrativos e lavagem de capitais. A operação representa um duro golpe contra a corrupção em momentos de emergência, quando a população mais precisa dos recursos públicos.

As enchentes de 2024 foram consideradas uma das maiores tragédias climáticas da história do Rio Grande do Sul, com centenas de milhares de desabrigados e prejuízos bilionários. A loja da Havan em Lajeado foi uma das edificações que ficou praticamente submersa durante as chuvas intensas.