
Não é segredo pra ninguém que os ventos da geopolítica estão soprando de um jeito que ninguém esperava. A Rússia, aquela que muitos diziam estar encurralada pelas sanções, deu um golpe de mestre — transformou-se numa máquina de guerra econômica. E o que era pra ser um cerco virou um jogo de gato e rato.
Enquanto isso, a Europa — que botou todas as fichas nas restrições econômicas — parece estar perdendo o fôlego. As sanções, aquela arma que parecia infalível, estão escorregando entre os dedos como areia fina. E olha que a gente tá falando de números que dariam vertigem em qualquer ministro das Finanças: mais de 300 bilhões de euros em reservas congeladas, 1.300 empresas e indivíduos na lista negra... Mas e aí?
O tabuleiro muda, as peças também
Parece que o Kremlin leu Sun Tzu: "A arte da guerra é baseada no engano". Enquanto o Ocidente achava que estava estrangulando a economia russa, Moscou tava fazendo suas jogadas nos bastidores:
- Redirecionou toda a produção industrial pra suprir as necessidades militares — fábricas de TVs agora fazem drones
- Criou rotas comerciais alternativas pela Ásia Central que deixariam qualquer contrabandista com inveja
- Transformou a China e a Índia em parceiros comerciais "do peito", comprando petróleo e gás como se não houvesse amanhã
Não me entenda mal — a economia russa tá longe de estar florida. Mas como diz o ditado: "Em terra de cego, quem tem um olho é rei". E no jogo atual, a Rússia ainda enxerga melhor que muitos.
E a Europa nisso tudo?
Aqui a coisa fica mais... complicada. As sanções, que deveriam ser um colete apertado, estão mais folgadas que calça de palhaço. Motivos não faltam:
- A dependência energética ainda assombra como fantasma — alguns países simplesmente não conseguem cortar o cordão umbilical
- A inflação na zona do euro tá fazendo o cidadão comum questionar se o remédio não tá pior que a doença
- Divisões internas entre os países membros criam brechas que Moscou explora com maestria
Não é à toa que alguns analistas já falam em "fadiga de sanções". Quando o povo começa a sentir no bolso, a política fica mais difícil de vender — e isso vale pra qualquer democracia.
"O que temos aqui é um clássico caso de lei das consequências não intencionais", me disse um economista que prefere não se identificar. "Queriam sufocar a Rússia, mas acabaram acelerando a desdolarização global e fortalecendo alternativas ao sistema ocidental."
E agora, José?
O fato é que o mundo tá assistindo a uma reconfiguração em tempo real das relações econômicas globais. Enquanto isso:
- O rublo, que deveria estar no chão, surpreendeu os especialistas
- Setores como o de defesa na Rússia estão em pleno emprego — ironias da guerra
- A Europa se vê num dilema: continuar apertando o cerco (e sofrer as consequências) ou buscar uma saída honrosa?
Uma coisa é certa: nesse xadrez geopolítico, as peças não estão mais onde estavam no começo do jogo. E o pior? Ninguém tem certeza de como termina essa partida.
No final das contas, parece que a Rússia levou a sério aquela velha máxima: "Se você não pode vencer pelo canhão, vença pelo canhão de dinheiro". Só que no caso, o dinheiro... bem, esse é outro capítulo.