A Rússia iniciou uma expansão massiva na produção de bombas planadoras e pretende fabricar até 120 mil unidades até o final de 2025, de acordo com informações da Inteligência de Defesa da Ucrânia obtidas pela agência Reuters.
Ofensiva aérea intensifica ataques contra civis
Esta escalada na produção coincide com um aumento significativo nos ataques aéreos contra cidades ucranianas. Na madrugada de sexta-feira, 14 de novembro de 2025, todas as regiões de Kiev foram atingidas em um dos ataques mais violentos dos últimos meses, resultando em pelo menos 14 mortos, incluindo uma mulher grávida.
O major-general Vadym Skibitskyi, vice-chefe da Inteligência Militar da Ucrânia, revelou à Reuters que a Rússia está modernizando rapidamente seu arsenal e ampliando o raio de destruição das bombas. As novas versões podem alcançar regiões que antes estavam fora do alcance da aviação russa.
Bombas mais baratas e destrutivas
Segundo Skibitskyi, Moscou já incorporou ao seu arsenal aproximadamente 500 unidades de uma nova versão de bomba planadora, projetada para voar distâncias muito maiores do que as utilizadas nos primeiros anos do conflito.
O ritmo de disparo dessas armas saltou para 200 a 250 bombas por dia, um aumento significativo em relação à média de 170 registrada no mês anterior. Essas bombas são caracterizadas por:
- Baixo custo de produção
- Maior capacidade destrutiva
- Capacidade de carregar centenas de quilos de explosivos
- Alcance ampliado por meio de asas e, em alguns casos, motores adicionais
Nas últimas semanas, cidades como Kharkiv, Kherson, Mykolaiv, Poltava e Odessa foram devastadas por ataques utilizando essas bombas.
Expansão do arsenal e drones de longo alcance
A inteligência ucraniana acredita que está em desenvolvimento uma versão com alcance de até 400 quilômetros, o que ampliaria ainda mais o poder de destruição do arsenal russo.
Além das bombas planadoras, a Rússia também acelera a fabricação de drones. Skibitskyi informou que cerca de 70 mil drones de longo alcance devem ser produzidos em 2025, incluindo 30 mil modelos Shahed, usados principalmente contra a infraestrutura energética da Ucrânia.
Moscou já iniciou a produção em massa de um tipo de drone capaz de atingir cerca de 320 km, permitindo que ataques alcancem centros urbanos sem que as aeronaves precisem se aproximar da linha de frente.
O Ministério da Defesa da Rússia não comentou as afirmações à Reuters, mantendo sua posição oficial de que não mira civis, apesar das milhares de mortes registradas desde o início da invasão em 2022.
