
Parece que o Brasil está prestes a entrar em um jogo geopolítico arriscado. A OTAN, em seu último comunicado, deixou escapar — quase como quem não quer nada — que sanções contra a Rússia poderiam respingar em outros países. E adivinha quem está na lista? Isso mesmo, o nosso quintal.
Não é de hoje que o Brasil dança na corda bamba entre interesses globais. Mas desta vez, a coisa parece mais séria. Segundo analistas, se as sanções forem ampliadas, setores como comércio exterior e energia podem sentir o baque. E olha que nem estamos falando de um efeito dominó — seria mais um tsunami discreto, daqueles que você só percebe quando já está molhado.
O que exatamente a OTAN disse?
Ah, aí é que está o pulo do gato. O bloco militar não citou o Brasil nominalmente (óbvio, diplomacia é isso), mas deixou claro que "nações que mantêm relações econômicas significativas com a Rússia podem sofrer consequências". Traduzindo: se você brinca com fogo, pode se queimar.
E o Brasil, convenhamos, tem brincado bastante:
- Somos um dos maiores importadores de fertilizantes russos — coisa de 20% do nosso consumo vem de lá
- O comércio bilateral cresceu 46% só no último ano
- Temos projetos conjuntos em energia e defesa que valem bilhões
E agora, José?
O Itamaraty, claro, já saiu dizendo que está "monitorando a situação". Mas entre nós? Monitorar é o que a gente faz com aquele parente chato no almoço de família — não resolve muito.
Especialistas ouvidos pela reportagem divergem. Uns acham que é tempestade em copo d'água. Outros — e esses são os que me preocupam — lembram que em geopolítica, quando o elefante dança, os ratos saem pulando. E o Brasil, infelizmente, ainda é mais rato que elefante nessa história.
O que me deixa com o pé atrás é que ninguém está falando de planos B. Tipo, de onde vamos tirar fertilizantes se a torneira russa fechar? Quem vai substituir o petróleo barato que a gente importa? Perguntas que, convenhamos, deveriam estar sendo respondidas antes que a casa caia.
O lado bom (sim, existe um)
Nem tudo são espinhos. Alguns economistas enxergam aí uma oportunidade para o Brasil diversificar parceiros e fortalecer setores internos. Quer ver?
- A indústria nacional de fertilizantes poderia ganhar um empurrão
- Negociações com outros blocos, como a UE, poderiam avançar
- Quem sabe até aquele velho projeto de autossuficiência energética saia do papel
Mas — e sempre tem um mas — isso exigiria algo que o Brasil anda meio sem: planejamento de longo prazo e vontade política. Duas coisas raras como galinha d'água.
No fim das contas, o que temos é mais um daqueles momentos em que o Brasil precisa decidir se é protagonista ou coadjuvante no palco global. E pelo histórico... bem, você já sabe como termina a peça.