Amapá: Pesquisador dedica 20 anos a estudo de base da 2ª Guerra para criação de parque
Projeto transformará base da 2ª Guerra em parque histórico no Amapá

A Universidade Federal do Amapá (Unifap) deu um passo fundamental para a preservação da memória militar no estado. No último dia 28 de novembro, pesquisadores realizaram uma audiência pública no auditório da Escola Estadual Vidal de Negreiros, no município de Amapá. O objetivo foi apresentar à comunidade local um ambicioso projeto que visa transformar o Museu a Céu Aberto da Base Aeronaval em um parque histórico dedicado à Segunda Guerra Mundial.

Um patrimônio de mais de oito décadas

A Base Aeronaval de Amapá carrega um peso histórico significativo. Sua construção foi concluída em 1941, um ano antes da entrada oficial do Brasil no conflito mundial, que ocorreu em 22 de agosto de 1942. Durante a guerra, a base serviu como um ponto estratégico para as operações aliadas na proteção do Atlântico Sul.

O projeto de revitalização e expansão é financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Amapá (Fapeap) e executado pela equipe do Laboratório de História Militar (Lahim) da Unifap. A coordenação está a cargo do professor Edinaldo Pinheiro Nunes Filho, que conta com a colaboração do pesquisador João Batista Gomes de Oliveira e de bolsistas de História.

Da audiência pública ao parque histórico

Segundo os organizadores, a participação dos moradores no encontro foi considerada essencial. A ideia é garantir o apoio social ao projeto e fortalecer uma construção coletiva dos arquivos e da memória do local. A interação com a comunidade é vista como um pilar para o sucesso da iniciativa.

A proposta vai além da simples manutenção do museu atual. A Unifap planeja expandir o conceito para um parque histórico que abranja áreas adjacentes que ficaram de fora dos limites atuais. A intenção é preservar toda a infraestrutura remanescente da passagem dos norte-americanos pela região durante a guerra.

Ampliação do acervo a céu aberto

O coordenador do Lahim, Edinaldo Pinheiro, detalhou a ambição do projeto. “Nós fizemos parte do contexto da 2ª Guerra. Hoje a base é considerada um museu, mas o projeto busca abranger toda a estrutura construída e deixada lá, que é muito maior do que apenas o espaço atual”, afirmou.

Entre os pontos históricos que a proposta pretende integrar ao novo parque estão:

  • O antigo local de atracação dos dirigíveis.
  • O porto histórico por onde chegavam equipamentos e veículos militares.
  • Outras estruturas deixadas pelas forças norte-americanas.

Essa expansão permitirá contar uma história mais completa e imersiva sobre o papel estratégico do Amapá durante um dos conflitos mais marcantes do século XX. O projeto representa não apenas a conservação de edificações, mas a valorização de uma narrativa coletiva que conecta o local ao cenário global.