A Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) está prestes a redefinir o rumo do semestre letivo. Com o encerramento da greve dos professores nesta sexta-feira, 5 de dezembro, a instituição deve estabelecer o novo calendário acadêmico na próxima terça-feira, dia 9. A decisão final caberá ao Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Consepe), que analisará a proposta de reorganização das atividades, paralisadas desde o dia 22 de setembro.
Assembleia antecipada e fim da paralisação
O movimento grevista chegou ao fim após uma assembleia realizada pelos docentes nesta sexta. Originalmente marcada para o dia 9, a reunião foi antecipada depois que o sindicato recebeu as condições finais negociadas com o Governo do Estado. Os professores aprovaram a proposta que havia sido apresentada na mesa tripartite no último dia 2 de dezembro.
O retorno das aulas em todos os oito campi da UEPB agora está condicionado à aprovação do novo calendário. Este documento será crucial para reorganizar prazos, datas de avaliações e o conteúdo programático, tentando recuperar o tempo perdido durante mais de dois meses de paralisação.
Os detalhes do acordo com o governo
O acordo que pôs fim à greve estabeleceu termos específicos para o pagamento dos retroativos referentes às progressões de carreira. Ficou definido um deságio de 40% no valor total, enquanto os 60% restantes serão pagos em 20 parcelas.
A presidente da Associação dos Docentes da UEPB (ADUEPB), Cris Nepomuceno, declarou que a categoria aceitou a proposta, mas ressaltou que professores que se sentirem prejudicados têm o direito de buscar na Justiça o pagamento integral do que é devido.
Além das questões financeiras, o pacto trouxe compromissos para o futuro. O governo se comprometeu a realizar um concurso público para docentes no segundo semestre de 2026. Também ficou acertada a abertura de concurso para banco de equivalência e a convocação dos candidatos aprovados no edital lançado em 2023.
Mesa tripartite permanece como canal de diálogo
Uma vitória destacada pela ADUEPB foi a manutenção da mesa tripartite de negociação. Essa instância, que reúne representantes do governo, da universidade e dos docentes, será mantida como um canal permanente para discussão de temas sensíveis.
Entre os assuntos que continuarão em pauta estão a realização de novos concursos, o orçamento da instituição, a lei de permanência estudantil e questões relacionadas à previdência dos servidores. A expectativa é que esse espaço evite que desentendimentos futuros escalem para novas paralisações prolongadas.
Agora, a comunidade acadêmica aguarda a decisão do Consepe para saber como será a retomada das aulas e a conclusão do semestre, marcado por um longo período de incerteza.