Novas faculdades de administração formam CEOs com estágios desde o 1º ano
Faculdades inovadoras formam CEOs com estágios desde início

O mercado de educação superior em administração no Brasil está passando por uma transformação significativa. Enquanto instituições tradicionais como FGV e Insper mantêm seu prestígio histórico, novas faculdades surgem com metodologias inovadoras e um objetivo claro: formar os próximos CEOs e empresários do país.

O cenário tradicional ainda domina

Segundo dados do Censo da Educação Superior de 2024, o curso de administração registrou 653 mil matrículas no país, configurando-se como o quinto mais popular na rede privada. A consagrada Fundação Getúlio Vargas (FGV), que atua desde 1944, atraiu mais de 5 mil alunos de graduação no ano passado, com 2.523 estudantes matriculados apenas no curso de administração de empresas em São Paulo.

A mensalidade na FGV custa R$ 7,2 mil, com formas de ingresso que incluem vestibulares próprios, Enem e transferências. Situação similar vive o Insper, que há 26 anos oferece cursos de graduação e contava com 3.776 graduandos em 2024. Para 2026, a instituição disponibiliza 140 vagas via vestibular próprio e 25 através do Enem.

As novas apostas no ensino de administração

No extremo oposto da tradição, a PIB – the new college representa a vanguarda do ensino administrativo. Fundada em 2024, a instituição chega com sede em São Paulo em 2026, oferecendo estágios desde o primeiro ano do curso, que dura oito semestres.

O processo seletivo é rigoroso e exige que os candidatos passem por uma série de entrevistas, culminando em uma sabatina final. "O método permite que só pessoas genuinamente interessadas ingressem na turma", explica a instituição, com o objetivo de transformá-las em futuros empresários e CEOs.

A primeira turma terá apenas 50 alunos, com mensalidade de R$ 10,5 mil – valor comparável ao de uma faculdade de medicina particular. Theo Braga, um dos fundadores, justifica o investimento pelo alto nível dos professores, todos executivos qualificados com CNPJs ativos, além da garantia de estágios, viagens e atenção individualizada.

Concorrência acirrada no segmento premium

A PIB não está sozinha neste nicho. A Link School Of Business, inaugurada em 2020, também oferece graduação em administração com foco exclusivo em empreendedorismo. Seu currículo inclui professores experientes, intercâmbios e formação de líderes, porém com mensalidade ainda mais salgada: R$ 13,5 mil.

O diferencial da Link é a parceria com uma aceleradora de startups, a Venture Lab, aplicada diretamente nos projetos desenvolvidos pelos estudantes. A instituição alega que o valor mais elevado se justifica por estar estabelecida há mais tempo no mercado em comparação com a PIB.

As inscrições para a turma de 2026 da PIB estão abertas até 7 de dezembro, com 80% das vagas já preenchidas. Já as admissões para a Link encontram-se encerradas, restando apenas lista de espera para interessados.

Este movimento no ensino superior de administração reflete uma tendência de segmentação do mercado educacional, onde instituições tradicionais convivem com novas propostas que prometem formar não apenas administradores, mas verdadeiros líderes empresariais desde o primeiro dia de aula.