
Eis que a poeira dos números começa a baixar no Planalto, mas a ministra Simone Tebet não está nada satisfeita com o que vê. A tesoura nos incentivos fiscais — um corte de 10% que soa mais como um arranhão do que uma solução — foi anunciada como grande vitória, mas ela logo botou os pingos nos is.
"Ponto de partida" — assim ela definiu, com aquela cara de quem cheira desculpa esfarrapada. Mas não se enganem: "insuficiente" foi o adjetivo que ecoou pelo gabinete, seguido de um silêncio que dizia mais que discurso pronto de assessor.
O que realmente pegou, entre um café requentado e reunião interminável, foi o tom de alerta: sem um plano robusto — do tipo que não cabe em post de rede social —, o Brasil pode ver seu desenvolvimento regional ir pelos ares. E não, não é exagero.
O X da Questão: Onde o Bolo Não Cresce
Não é só sobre cortar gastos, vocês me entendem? É sobre segurar a onda em regiões que já nadam contra a maré. A Zona Franca de Manaus, pra citar a mais óbvia, não é mero detalhe num gráfico de Excel — é emprego, é renda, é gente.
Tebet, com aquele jeito mineiro de quem não levava desaforo pra casa nem na escola, lembrou que o BNDES precisa entrar na dança. "Instrumentos de crédito" — ela falou assim, técnico, mas qualquer um sentiu a urgência por trás do termo.
E Agora, José?
O Palácio do Planalto insiste que a economia vai reagir, que é tudo uma questão de tempo. Mas tempo, convenhamos, é algo que o trabalhador do Norte e Nordeste não tem de sobra. E a ministra sabe disso melhor que ninguém.
O que vem pela frente? Mais debates, claro. Mais reuniões de pasta, mais planilhas, mais discursos. Mas Tebet já deixou claro: não vai engolir meias-medidas como se fossem solução milagrosa. A conta, no final das contas, sempre chega — e quem paga é o mesmo de sempre.
Enquanto isso, o mercado observa. E espera. E torce para que o "insuficiente" de hoje não vire o "catastrófico" de amanhã.