
Não foi um jantar qualquer. Longe dos holofotes da imprensa e dos protocolos oficiais, aconteceu nesta terça-feira um daqueles encontros que podem — e provavelmente vão — ecoar nos corredores do poder.
Simone Tebet, ministra do Planejamento, e Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central (aquele que todo mundo chama de PIB), sentaram-se à mesma mesa em um restaurante badalado de São Paulo. A reunião? Informal, mas carregada de significado.
O que se discute quando ninguém está ouvindo?
Fontes próximas ao encontro — daquelas que pedem anonimato mas soltam algumas migalhas de informação — contam que o clima era descontraído. Mas vamos combinar: quando dois dos nomes mais poderosos da economia nacional se encontram, mesmo que socialmente, a conversa inevitavelmente deriva para números, projeções e… juros.
O assunto do momento, claro, era a trajetória da Selic. Afinal, Campos Neto comanda o Copom, e Tebet é peça-chave no governo para o ajuste fiscal. Eles devem ter trocado figurinhas sobre as expectativas do mercado, que anda mais nervoso que cachorro em dia de tempestade.
Os detalhes que fazem a diferença
O restaurante escolhido não foi por acaso — um estabelecimento discreto, daqueles onde os garçons sabem quando sumir e reaparecer. Eles chegaram separadamente, como manda o figurino para evitar muito alarde.
Não houve comitiva, assessores ou anotações oficiais. Apenas duas mentes brilhantes da economia brasileira conversando sem roteiro pré-definido. Esses encontros informais, entre quatro paredes, são muitas vezes mais produtivos que reuniões formais intermináveis.
O que isso significa para o Brasil?
Bom, quando o ministério do Planejamento e o Banco Central alinham expectativas, geralmente é bom sinal. Significa que há diálogo — algo que nem sempre foi tão fluido entre a equipe econômica e o BC.
O mercado financeiro observa com lupa cada gesto, cada encontro, cada declaração desses dois personagens. E um jantar como esse envia mensagens poderosas sobre coordenação e sintonia na condução da política econômica.
Resta saber se foi apenas um jantar cordial ou se saíram dali diretrizes importantes para os próximos meses. Uma coisa é certa: em tempos de economia volátil, até um encontro social entre autoridades vira assunto de interesse nacional.