Isenção do IR: Apenas 14% dos brasileiros pagarão imposto, mas concentram 60% da renda nacional
IR: 14% pagam, mas têm 60% da renda

Parece notícia boa, né? Quem ganha até cinco mil reais por mês agora está livre do Leão. Mas aí que a coisa fica complicada — e reveladora sobre nosso país.

O governo federal anunciou essa mudança e, na superfície, é motivo para comemorar. Afinal, 86% dos trabalhadores brasileiros ficarão isentos do desconto mensal. Só que — e sempre tem um 'só que' — essa aparente democratização esconde uma realidade dura como concreto.

Os números que não mentem

Apenas 14% da população economicamente ativa continuará contribuindo. Parece pouco, até você descobrir que esse grupo seleto concentra nada menos que 60% de toda a renda declarada no país. Sim, você leu direito.

É como se em uma sala com 100 pessoas, 86 ficassem isentas de pagar o jantar, mas as 14 restantes — que detêm 60% do dinheiro do grupo — dividissem a conta principal. Faz pensar, não?

O retrato da desigualdade

Esses dados escancaram o que já suspeitávamos: o Brasil segue sendo um país de extremos. Enquanto a maioria se beneficia da isenção, uma minoria continua sustentando as contas públicas. Não é simples, não é bonito, mas é a nossa realidade.

E olha, não estou criticando a medida em si — alívio tributário para quem ganha menos é sempre bem-vindo. Mas não podemos ignorar o que esses números nos mostram sobre a distribuição de riqueza por aqui.

Pensa comigo: se apenas 14% dos trabalhadores têm renda suficiente para pagar IR, e esses mesmos 14% concentram 60% de toda a grana... bem, as contas não fecham para um país que se diz em desenvolvimento, certo?

E agora?

Especialistas que conversei estão divididos. Alguns veem como um alívio necessário para as classes média e baixa. Outros alertam que isso pode sobrecarregar ainda mais os contribuintes de alta renda — que já são poucos.

O fato é que a reforma tributária precisa ir além. Muito além. Enquanto não enfrentarmos o elefante na sala — a concentração de renda — vamos continuar remendando o sistema com medidas paliativas.

E você, o que acha? Medida justa ou remédio para sintoma, não para a doença?