Homem é detido após disparar ofensas homofóbicas em restaurante de Petrópolis: 'Não vou calar a boca'
Preso por homofobia em restaurante de Petrópolis

Imagine a cena: uma terça-feira comum, o cheiro de comida caseira no ar, clientes almoçando tranquilamente. De repente, a paz é quebrada por gritos e ofensas que ecoam pelo ambiente. Foi assim que começou o incidente homofóbico que resultou na prisão de um homem de 36 anos em Petrópolis, na última terça-feira (1º).

O alvo das agressões? Um funcionário do restaurante que, pasmem, apenas tentava fazer seu trabalho. As testemunhas ainda parecem atordoadas com a violência verbal que presenciaram.

"Não vou calar a boca por causa de viado"

Essa foi uma das frases que o suspeito teria gritado, segundo o boletim de ocorrência. Uma declaração que, francamente, mostra o quanto ainda precisamos evoluir como sociedade. O estabelecimento, localizado no Centro da cidade, virou palco de uma cena lamentável.

Quando a Polícia Militar chegou ao local, o clima já estava pesado. E adivinhem? O homem não colaborou — pelo contrário. Tentou fugir do local, mas os policiais foram mais rápidos. Na verdade, ele resistiu tanto à prisão que acabou algemado. Uma reação que só piorou sua situação, convenhamos.

As consequências jurídicas

Aqui é onde a coisa fica séria mesmo. O delegado Marcelo Azevedo, que está responsável pelo caso, enquadrou o crime como injúria racial qualificada. Não é brincadeira — estamos falando de uma pena que pode chegar a cinco anos de prisão.

E tem mais: o suspeito já tinha um mandado de prisão em aberto por outro crime de injúria racial. Parece que não era a primeira vez que ele se envolvia em situações do tipo, não é?

O que mais me impressiona nesses casos é a naturalidade com que algumas pessoas ainda pensam que podem humilhar outras por sua orientação sexual. Em pleno 2025, ainda precisamos lidar com situações assim em espaços públicos.

O que diz a lei

Desde 2019, a injúria homofóbica é equiparada ao crime de racismo pelo Supremo Tribunal Federal. Uma conquista importante, mas que ainda precisa ser mais conhecida pela população. Muita gente não percebe que ofensas baseadas na orientação sexual não são apenas "xingamentos" — são crimes com consequências graves.

O caso segue sob investigação na 170ª DP, e o homem permanece à disposição da Justiça. Enquanto isso, funcionários e clientes do restaurante tentam retomar a rotina após o episódio tenso.

Uma coisa é certa: enquanto houver quem pense que pode discriminar impunemente, casos como esse continuarão acontecendo. Mas a boa notícia é que a lei está aí para proteger as vítimas — e cada prisão como essa manda uma mensagem clara de que a intolerância não será tolerada.