Justiça obriga joalheria a oferecer apoio psicológico após assalto traumático a funcionárias
Justiça obriga joalheria a dar apoio psicológico pós-assalto

Uma decisão judicial marcante em Juiz de Fora, Minas Gerais, está estabelecendo um importante precedente para os direitos dos trabalhadores vítimas de violência no ambiente laboral. A Justiça condenou uma joalheria a fornecer apoio psicológico gratuito e especializado para suas funcionárias que sofreram um assalto traumático em março de 2024.

O episódio que chocou a cidade

O caso remonta a um dia de março do ano passado, quando dois criminosos fortemente armados invadiram a joalheria localizada no Centro da cidade. As funcionárias foram submetidas a cenas de intenso terror, sendo mantidas reféns e ameaçadas de morte durante todo o assalto.

Segundo relatos do processo, as trabalhadoras apresentaram graves sequelas psicológicas após o episódio, incluindo:

  • Crises de ansiedade e pânico
  • Distúrbios do sono e pesadelos constantes
  • Dificuldade de retornar ao local de trabalho
  • Sintomas de estresse pós-traumático

A batalha judicial pelos direitos das vítimas

O Ministério Público do Trabalho (MPT) entrou com uma ação civil pública argumentando que a empresa tinha a obrigação legal de proteger a integridade física e mental de suas colaboradoras. A joalheria se defendeu afirmando que já havia oferecido algum suporte inicial, mas a Justiça considerou as medidas insuficientes.

Em sua decisão, o juiz destacou que "o trauma psicológico decorrente de assalto à mão armada no ambiente de trabalho configura acidente laboral de natureza psicológica", cabendo à empregadora a responsabilidade de garantir o tratamento adequado.

O que determina a sentença

A condenação judicial estabelece obrigações claras para a joalheria:

  1. Fornecimento de acompanhamento psicológico especializado por pelo menos seis meses
  2. Cobertura de todos os custos do tratamento
  3. Flexibilização do horário de trabalho para permitir as sessões de terapia
  4. Proibição de qualquer tipo de retaliação às funcionárias

Um precedente importante para a saúde mental no trabalho

Especialistas em direito trabalhista consideram a decisão um marco na proteção à saúde mental dos trabalhadores. O caso evidencia que as empresas têm responsabilidade sobre o bem-estar psicológico de seus funcionários, especialmente em situações traumáticas ocorridas no ambiente de trabalho.

A sentença também serve de alerta para estabelecimentos comerciais que lidam com valores e mercadorias de alto risco, reforçando a necessidade de implementar protocolos de segurança e suporte psicológico para seus colaboradores.