Comunidade Branca Exclusiva nos EUA: Procurador Abre Investigação e ONG Entra na Justiça
EUA: Investigação contra projeto de sociedade só para brancos

Imagine tentar construir uma cidade do zero, nos dias de hoje, com um critério de seleção que remonta aos tempos mais sombrios da segregação. Pois é, um grupo nos Estados Unidos decidiu que essa era uma boa ideia — uma comunidade fechada, um enclave, destinado exclusivamente a pessoas brancas.

O plano, que soa mais como um roteiro distópico do que uma proposta séria, já está enfrentando um muro de consequências legais. E que muro! O procurador-geral do Tennessee, Jonathan Skrmetti, não perdeu tempo e abriu uma investigação formal para averiguar a legalidade dessa iniciativa, que cheira a discriminação pura e simples.

Não para por aí. A ONG Lawyers' Committee for Civil Rights Under Law, um gigante na defesa dos direitos civis, entrou com uma ação no tribunal federal. Eles basicamente disseram: «Isso não vai passar». A alegação é clara: violação das leis de direitos civis e de habitação justa. Um tiro certeiro no cerne da questão.

O tal grupo por trás da ideia, chamado — pasmem — «The Whites», não está se escondendo. Eles mantêm um site ativo, cheio de propaganda e um FAQ que tenta, sem muito sucesso, justificar o injustificável. Eles se descrevem como uma «comunidade intencional» para famílias brancas, prometendo um retorno a valores tradicionais. Tradicionais para quem, hein?

O procurador Skrmetti soltou uma nota que não deixa margem para dúvidas. Ele afirmou que está «ciente» da situação e que o seu escritório está «avaliando o assunto». Em linguagem jurídica, isso significa que eles estão revirando cada pedra para encontrar qualquer base legal para impedir que esse projeto saia do papel. A tensão é palpável.

E a reação do público? Bom, as redes sociais viraram um caldeirão de indignação. De um lado, uma minoria vocal que apoia a ideia, do outro, uma enxurrada de críticas que apontam o projeto como uma tentativa descarada de reviver um apartheid moderno. A discussão está longe de ser civilizada — mas, convenhamos, como ser diante de uma proposta dessas?

O caso levanta questões profundas e desconfortáveis. Até onde vai o direito de associação? Onde termina o direito individual e começa a violação coletiva? É um daqueles debates que expõem as feridas ainda abertas de uma nação. O desfecho desse imbróglio jurídico vai criar um precedente enorme. Todo mundo está de olho.

Enquanto a justiça não dá seu veredito final, a proposta segue como um fantasma pairando sobre o debate público norte-americano. Um lembrete amargo de que algumas ideias, por mais que se tente enterrá-las, insistem em voltar à tona.