Diarista é Investigada por Racismo em Goiânia: 'Ato Não é Crime', Alega Mulher em Delegacia
Diarista investigada por racismo alega: "não é crime"

A coisa começou com um áudio, desses que a gente manda sem muita cerimônia no WhatsApp. Só que esse, especificamente, detonou uma treta judicial das grandes em Goiânia. Uma diarista, até então uma cidadã qualquer, agora se vê no meio de um processo por racismo. E o plot twist? Ela não nega a fala, mas rebate: “isso aí não é crime, não”. Sim, ela disse isso na delegacia.

A confusão toda foi parar na 5ª Delegacia de Polícia de Goiânia, e o delegado Thiago Felipe Brioso, que está com a batata quente na mão, deu os detalhes. Segundo ele, a mulher que trabalha como diarista soltou um termo de conotação racial contra uma enfermeira – num áudio de WhatsApp, imagina a leveza. A vítima, claro, não engoliu a ofensa e foi direto procurar seus direitos.

O mais surreal veio durante o depoimento. A investigada, toda tranquila, admitiu que soltou aquele palavrão. Mas na cabeça dela, era só uma “brincadeira”, uma “zoação” entre conhecidos. Zero arrependimento, zero noção da gravidade. O delegado, tentando manter a seriedade do caso, lembrou que o crime de injúria racial tá previsto na lei, mas a mulher insistiu no ponto: pra ela, ofender alguém pela cor não configura crime. Alguém avisa essa moça em que século a gente vive?

O caso tá sendo tratado como injúria racial qualificada – que, diferente do racismo (que é mais amplo), atinge uma pessoa específica. Mesmo assim, a pena não é mole: pode chegar a três anos de cadeia, mais multa. E olha que a investigação ainda está no começo. O delegado adiantou que vai ouvir testemunhas e que a própria enfermeira vai ter que prestar depoimento de novo. Ou seja, esse drama ainda vai dar pano pra manga.

Enquanto a diarista se agarra na defesa de que foi só uma piada de mau gosto, a vítima segue firme na busca por justiça. Um retrato não muito raro, mas sempre chocante, de como o preconceito ainda escorre solto em conversas do dia a dia – e de como tem gente que acha que tudo pode ser resolvido com um “u é mimimi”.