
Parece coisa do passado, mas ainda era realidade em muitos prédios da Bahia: aquela divisão absurda entre elevador "social" e "de serviço". Pois bem, essa história acaba de virar página.
A Assembleia Legislativa baiana aprovou nesta terça-feira (1º) um projeto que simplesmente manda essa distinção para o espaço. E não é pouco: a multa para quem descumprir pode chegar a R$ 50 mil. Imagine só.
Um passo contra o apartheid condominial
O projeto, de autoria do deputado Marcelino Galo (PT), foi aprovado por unanimidade. Isso mesmo, todos os parlamentares presentes concordaram que essa separação não faz o menor sentido nos dias de hoje.
"É uma medida civilizatória", definiu Galo, com razão. A gente vive em 2025, mas algumas práticas parecem ter ficado presas no século passado. A lei pretende acabar com essa hierarquização que, vamos combinar, sempre teve um cheiro forte de preconceito.
Como vai funcionar na prática?
Agora é lei: todos os elevadores dos edifícios baianos - sejam residenciais ou comerciais - devem estar disponíveis para qualquer pessoa, independentemente da sua função no local.
- Porteiros, entregadores, faxineiros, prestadores de serviço: todos poderão usar o mesmo elevador que os moradores
- Os edifícios terão 180 dias para se adaptar à nova norma
- Quem descumprir pode levar multa de R$ 5 mil a R$ 50 mil
- Os valores serão corrigidos anualmente
E tem mais: a fiscalização vai ser feita pela Superintendência de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon-BA). Ou seja, é pra valer.
Mudança de mentalidade
O que me impressiona é que ainda precisamos de leis para coisas que deveriam ser óbvias. Mas, pensando bem, talvez seja necessário mesmo. Quantas vezes você já viu aquela cena constrangedora do entregador sendo obrigado a usar o "elevador de serviço" enquanto os moradores usam o "social"?
Parece detalhe, mas não é. É sobre dignidade, respeito, igualdade. Coisas básicas, sabe?
Agora é aguardar para ver como os condomínios vão se adaptar. Alguns vão reclamar, claro. Sempre tem quem resista à mudança. Mas a lei chegou para ficar - e para fazer a Bahia dar mais um passo em direção a uma sociedade menos dividida.
Quem diria que um simples botão de elevador poderia carregar tanta simbologia social, não é mesmo?