O coração de Teresina está passando por uma verdadeira transformação — e não é das boas para quem deixou imóveis abandonados à própria sorte. A Superintendência de Desenvolvimento Urbano (SDU) resolveu botar a mão na massa e começou uma caçada aos proprietários que sumiram do mapa, deixando para trás casas e comércios que mais parecem fantasmas no centro da cidade.
Pois é, a situação chegou num ponto que não dava mais para ignorar. Andar pelo centro histórico de Teresina hoje é como visitar um museu de abandono — portas emperradas, janelas quebradas, mato crescendo onde deveria haver vida. Uma tristeza que afeta não só a paisagem, mas a segurança de quem ainda circula por ali.
Notificações na porta e nomes na vitrine
A SDU não está brincando em serviço. Eles literalmente colaram os avisos nas portas dos imóveis problemáticos. E quando não acham os donos? Publicam a lista completa no Diário Oficial do Município. É o que eu chamo de exposição necessária.
O que mais me impressiona é a quantidade — estamos falando de dezenas de propriedades que simplesmente foram deixadas para trás. Algumas fechadas há anos, outras com situações jurídicas tão enroladas que daria um nó na cabeça de qualquer um.
O problema vai além da estética
Não é só questão de embelezamento urbano, embora isso já seria motivo suficiente. Esses imóveis abandonados são como feridas abertas no tecido da cidade. Viram pontos de uso de drogas, esconderijo para marginais, risco de incêndio — um verdadeiro convite ao caos.
Os moradores e comerciantes que ainda resistem no centro sabem bem do que estou falando. Eles convivem diariamente com as consequências desse abandono. É como ter um vizinho que nunca aparece, mas cuja casa atrai todos os tipos de problema.
E agora, o que acontece?
Os proprietários notificados têm um prazo para se manifestar — e não é longo. Quem não responder vai enfrentar medidas mais duras. A prefeitura pode, pasmem, até promover a desapropriação nos casos mais graves.
Mas calma, não é qualquer imóvel que está na mira. A SDU está focando naqueles que apresentam risco real à população ou que estão em estado lastimável de conservação. Eles fizeram um mapeamento minucioso antes de sair notificando todo mundo.
O que me deixa pensando: será que os donos desses imóveis têm noção do estrago que causam? Às vezes a pessoa herda uma propriedade, não tem grana para reformar, e vai empurrando com a barriga até a situação ficar crítica. Outras vezes é pura negligência mesmo.
Uma coisa é certa — o centro de Teresina merece mais respeito. Essa região que já foi o pulsar da cidade não pode continuar nesse estado de decadência. A iniciativa da SDU é como um soco na mesa, um aviso de que a época do "deixa como está" acabou.
Resta torcer para que os proprietários apareçam e assumam suas responsabilidades. Porque no fim das contas, cidade bem cuidada é dever de todos — não só do poder público.
