Jovens abandonam CLT para empreender: veja os motivos e desafios dessa escolha
Jovens trocam CLT pelo sonho de empreender

O cenário está mudando — e rápido. Enquanto nossos pais sonhavam com carteira assinada e FGTS, uma geração inteira está rasgando (figurativamente, claro) o modelo tradicional de trabalho. Mas será que é só modinha ou uma revolução sem volta?

"Cansei de ser só mais um número"

"Na empresa onde trabalhava, eu era apenas o código 4572 no sistema." Quem fala é Lucas, 27 anos, ex-analista de RH que hoje vende doces artesanais com nomes de memes. Como ele, muitos estão trocando o cinza dos escritórios pelo arco-íris — muitas vezes instável — do próprio negócio.

Dados recentes mostram um aumento de 40% nos MEIs na faixa dos 18-35 anos só no último ano. E os motivos? Ah, são tantos que dá até vertigem:

  • Horários flexíveis (tradução: trabalhar até de pijama)
  • Possibilidade de ganhos maiores (ou menores, vamos ser realistas)
  • Fuga da engrenagem corporativa que engole almas antes do café das 10h

Do sonho à realidade: o lado B da história

Mas calma lá, não é só flores — ou melhor, não é só dinheiro caindo do céu enquanto você posta stories trabalhando na praia. A verdade? Muitos subestimam a montanha-russa emocional e financeira.

"No primeiro mês, achei que ia falir antes do aluguel vencer", confessa Ana Clara, 24, que largou um cargo estável em multinacional para vender plantas ornamentais. "Mas hoje? Não volto nem se me pagarem em ouro."

O novo perfil do trabalhador brasileiro

Especialistas apontam que essa migração em massa reflete uma mudança de mentalidade profunda. A geração Z e millennials parecem ter menos paciência para:

  1. Chefes tóxicos que tratam funcionários como robôs
  2. Reuniões que poderiam ser e-mails
  3. Promoções que demoram mais que série da Netflix

E tem mais: com a explosão das redes sociais e marketplaces digitais, abrir um negócio nunca foi tão fácil (entre aspas, porque fácil mesmo só mentindo).

O aviso dos economistas

Antes que você já comece a redigir sua carta de demissão, um balde de água fria: especialistas alertam que muitos negócios fecham antes de completar 2 anos. O segredo? Planejamento — aquela parte chata que ninguém gosta de fazer.

"Empreender não é só postar foto do produto no Instagram", ressalta o consultor financeiro Carlos Mendes. "É planilha, é imposto, é noite sem dormir calculando se vai fechar no azul."

Mas e aí? Vale a pena trocar o certo pelo duvidoso? A resposta, como tudo na vida, é: depende. Depende do seu perfil, da sua resiliência, e principalmente — da sua conta bancária aguentar os tropeços iniciais.