
Imagine só: um grupo de jovens da Amazônia, com ideias que pareciam sonhos distantes, agora a um passo de representar o Brasil no maior torneio de empreendedorismo estudantil do mundo. E olha que a história não é só sobre competição — é sobre persistência, criatividade e aquela coragem típica de quem cresceu entre os desafios da região mais biodiversa do planeta.
Do tapete de folhas secas ao tapete vermelho global
Não foi fácil. Os primeiros protótipos foram feitos com materiais reciclados — garrafas pet que viraram sistemas de irrigação, fibras naturais transformadas em embalagens sustentáveis. "A gente aprendeu errando", conta Rafael, 17 anos, enquanto ajusta o último detalhe do projeto que pode revolucionar o manejo de açaí. "Até professor ficou surpreso quando a nossa solução realmente funcionou."
E funcionou tão bem que chamou atenção da organização do Youth Entrepreneurship Challenge, competição que reúne os melhores projetos estudantis de 60 países. Agora, falta pouco para essa turma do interior do Pará pisar em solo europeu — mas tem um detalhe: precisam de ajuda para custear a viagem.
Vaquinha que vale ouro
A campanha de arrecadação já ultrapassou R$ 30 mil, mas ainda faltam R$ 15 mil para cobrir todos os custos. "Cada real conta", explica a professora orientadora Ana Lúcia, que já viu três gerações de alunos transformarem problemas locais em soluções premiadas. "Ano passado, uma aluna nossa desenvolveu um filtro de água usando caroço de açaí. Esse ano, são três projetos concorrendo!"
- Bio-embalagens feitas de resíduos agrícolas que se decompõem em 30 dias
- Sistema de monitoramento florestal com sensores de baixo custo
- App que conecta pequenos produtores diretamente a compradores
O que mais impressiona? Tudo foi desenvolvido com recursos limitadíssimos. "Nosso 'laboratório' é o quintal da escola", riem os estudantes, mostrando orgulhosos as marcas de terra nas mãos — prova do trabalho duro.
Por que isso importa?
Enquanto muita gente ainda vê a Amazônia apenas como paisagem de fundo, esses jovens estão provando que a região pulsa com inovação. "Não queremos ser lembrados só pela floresta, mas pelo que fazemos com ela", reflete Maria Clara, 16 anos, cujo projeto de economia circular já atraiu olhares de investidores.
E se depender da determinação deles, essa é só a primeira de muitas conquistas. Afinal, como bem definiu um dos alunos: "A gente não tá competindo pra ganhar prêmio — tá competindo pra mostrar que o futuro da Amazônia tem nosso rosto".
Quer ajudar? A vaquinha online segue aberta até o final do mês. Detalhes no perfil @empreendedoresdafloresta.