Tarifaço: crise ou chance para o Brasil? Fundador da Arezzo revela visão surpreendente
Tarifaço pode ser vantagem para Brasil, diz fundador da Arezzo

Numa conversa que mistura pragmatismo e ousadia, Anderson Birman — a mente por trás do império Arezzo — solta o verbo sobre o polêmico tarifaço. E prepare-se: o que ele diz vai contra a maré dos discursos catastrofistas.

O lado B da cobrança extra

"Todo mundo fala do aumento de tarifas como desgraça, mas será mesmo?" provoca Birman, enquanto ajusta os óculos. Num raciocínio afiado, ele esmiúça como essa pressão pode forçar a indústria nacional a sair da zona de conforto. "Quando a água bate na bunda, a gente aprende a nadar mais rápido", filosofa, sem papas na língua.

Dados do setor mostram algo curioso: nos últimos 12 meses, fábricas no Vale dos Sinos (RS) já começaram a investir pesado em automação. Coincidência? O empresário ri: "Nada como um chacoalhão para acordar os preguiçosos".

Jogo de xadrez global

Enquanto isso, na China... Birman faz uma pausa dramática. "Eles estão rindo à toa com nosso choro. Enquanto discutimos, lá montam estratégias de longo prazo". A solução? "Parar de chorar e começar a jogar como adultos".

  • Vantagem 1: Proteção temporária para setores estratégicos
  • Vantagem 2: Estímulo à inovação forçada
  • Armadilha: Burocracia que engole os ganhos

Numa tacada inesperada, ele defende que o governo deveria — pasme — aumentar ainda mais as tarifas... mas só para quem não investe em tecnologia. "Assim separamos os empresários dos aventureiros", crava.

O elefante na sala

E os preços ao consumidor? Birman não foge: "Claro que vai doer. Mas continuar importando tudo é como tomar analgésico para câncer — alivia hoje, mata amanhã". A analogia é dura, mas faz pensar.

Num momento revelador, ele conta como a Arezzo quase quebrou nos anos 90 por depender de componentes importados. "Foi a melhor porrada que levei. Me obrigou a criar nossa própria cadeia". Hoje, 78% dos materiais vêm de fornecedores locais.

"O protecionismo burro defende quem não merece. O inteligente premia quem evolui" — Anderson Birman

O recado final? "Em vez de reclamar, vamos fazer como o pessoal do agronegócio — que transformou terras ruins em potência mundial". E com um sorriso malandro: "Só não venham me cobrar daqui cinco anos se não fizeram lição de casa".