
Numa jogada que mistura coragem empresarial com preocupação patriótica, o presidente da Sinobras, João Carlos de Moraes, soltou o verbo durante o Congresso Nacional de Mineração. E não foi pouco. O homem basicamente deu um chega pra lá na nossa relação de dependência com a China – e fez isso com uma metáfora que qualquer brasileiro entende na hora: cartão vermelho.
Imagina só: praticamente tudo que a nossa indústria precisa pra funcionar vem de um único lugar. Fertilizantes, defensivos agrícolas, componentes tecnológicos... Moraes não só apontou o dedo para esse risco estratégico como defendeu uma mudança imediata. "Temos que reduzir essa vulnerabilidade", disparou, sem papas na língua.
O Perigo da Dependência Excessiva
O que pouca gente percebe é como isso nos coloca numa posição frágil. Qualquer solavanco nas relações internacionais, qualquer mudança política em Pequim, e boom – nossa economia pode levar um chute no estômago. Moraes foi direto ao ponto: diversificar fornecedores não é mais opção, é questão de segurança nacional.
E olha que ele não está sozinho nessa. O ministro de Minas e Energia, Silvio Costa, também tá nessa vibe. Durante o evento, ele reforçou a necessidade de valorizarmos nossas próprias riquezas minerais. Afinal, pra que depender dos outros quando temos tanto aqui embaixo dos nossos pés?
Os Números que Assustam
A situação é mais grave do que parece. Dados recentes mostram que:
- A China responde por mais de 60% das importações brasileiras de insumos críticos
- Setores estratégicos como agronegócio e tecnologia são os mais vulneráveis
- Alternativas existem, mas exigem investimento e planejamento de longo prazo
Não é sobre cortar relações – longe disso. A China continua sendo parceira fundamental. Mas colocar todos os ovos na mesma cesta? Jamais. Moraes defende um relacionamento mais maduro, mais equilibrado.
O caminho pela frente
E então? O que fazer? O empresário não se limitou a criticar – trouxe propostas concretas. Investimento em pesquisa, desenvolvimento de tecnologias nacionais e parcerias com outros países emergentes. Uma visão que mistura pragmatismo econômico com visão geopolítica afiada.
O recado tá dado. Resta saber quem vai pegar a bola – ou melhor, quem vai tirar o cartão vermelho do bolso e fazer alguma coisa.