
Parece que a guerra silenciosa pelo GPA está longe do fim. E olha que essa história já dura anos — uma verdadeira novela corporativa que não cansa de surpreender. Agora, o próximo capítulo se desenha com uma eleição crucial para o conselho de administração.
Duas vagas. Dois mundos distintos em confronto. De um lado, os representantes do Grupo Casino, que ainda mantém uma fatia considerável — mesmo após todo o desmanche. Do outro, nomes que poderiam trazer um sopro de independência à mesa decisória.
O Tabuleiro Corporativo
A situação é, digamos, peculiar. O Casino, esse gigante francês que já foi dono do pedaço, hoje segura aproximadamente 11,7% do capital total. Mas — e sempre existe um mas — quando olhamos apenas para as ações com direito a voto, esse percentual salta para 41,2%. Uma disparidade que, convenhamos, não é exatamente trivial.
O que isso significa na prática? Bom, o grupo francês ainda tem uma voz considerável nas decisões mais importantes. Uma daquelas situações onde os números contam uma história, mas não necessariamente a história completa.
Os Candidatos em Campo
O atual conselho, aquele que está com os dias contados, tem nove membros. Desses, quatro representavam os interesses do Casino. Agora, com duas vagas em disputa, a matemática fica interessante.
Se o Grupo Casino emplacar seus dois candidatos, mantém a mesma influência de antes. Mas se apenas um for eleito — ou, quem sabe, nenhum — aí a coisa muda de figura. O equilíbrio de poder pode inclinar para outro lado.
E tem mais: existe uma terceira vaga que ficou vaga depois que Jean-Charles Henri Naouri pediu para sair. Essa será preenchida pelo próprio conselho, num daqueles processos que acontecem nos bastidores.
O Que Esperar Dessa Eleição?
Honestamente? Tudo e nada. O mercado anda meio cético com essa história toda. Alguns analistas — esses seres que tentam prever o futuro olhando para planilhas — já soltaram a frase: "pouco deve mudar na gestão do GPA, independentemente do resultado".
Mas será? Quando o assunto é controle corporativo, até as menores mudanças podem ter efeitos que ninguém antecipou. É como aquela peça de dominó que, quando cai, desencadeia uma reação em cadeia.
O certo é que os acionistas menores, aqueles que carregam suas ações como quem carrega esperança, estarão de olho. Afinal, o GPA não é qualquer empresa — é parte da paisagem brasileira, com suas bandeiras como Pão de Açúcar, Extra e Assaí.
Resta saber se essa eleição trará mudanças substantivas ou se será apenas mais um movimento num jogo de xadrez que já se arrasta por tempo demais. A resposta, como costuma acontecer no mundo corporativo, só o tempo — e talvez algumas reuniões sigilosas — poderá dar.