Varejo mantém recuperação lenta com estabilidade no consumo familiar
Consumo das famílias sustenta recuperação do varejo

Estabilidade no consumo familiar impulsiona recuperação gradual do varejo

O varejo brasileiro mantém um ritmo de recuperação lento, sustentado principalmente pela estabilidade no consumo das famílias. Dados recentes revelam um cenário misto, com desempenhos variados entre os diferentes segmentos do comércio.

Desempenho por segmentos

Os supermercados apresentaram um desempenho positivo em setembro de 2025, com vendas 4,91% maiores na comparação com o mesmo mês do ano anterior. No acumulado desde janeiro, o crescimento foi ainda mais expressivo, atingindo 5,5% nas vendas, segundo o Índice Nacional de Vendas divulgado pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras).

As projeções para novembro de 2025, elaboradas pelo Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo (IBEVAR) em parceria com a FIA Business School, indicam que o varejo restrito registrou variação mensal de -0,01%. Este segmento, que engloba combustíveis, supermercados, vestuário, móveis, eletrodomésticos, artigos farmacêuticos, informática e itens de uso pessoal, apresentou crescimento de 0,58% na comparação anual e alta acumulada de 1,80% em 12 meses.

Recuperação setorial diferenciada

Entre os segmentos específicos, móveis e eletrodomésticos mostraram leve recuperação de 0,35%, enquanto supermercados e bens essenciais mantiveram estabilidade próxima de 1%. O setor de vestuário e calçados cresceu 0,90%, mas permanece abaixo do nível pré-pandemia.

Os artigos farmacêuticos e de perfumaria apresentam perspectivas positivas, com projeção de crescimento de 1,47% para o início de 2026. Por outro lado, os materiais de construção recuaram 1,02% em novembro, refletindo as dificuldades específicas deste segmento.

O varejo ampliado, que inclui veículos, motos e material de construção, teve avanço de 0,42% no mês, mas registrou queda de 2,39% frente a novembro de 2024 e retração de 0,08% no acumulado anual. Estes números evidenciam o ritmo mais lento de recuperação nos setores automotivo e de construção.

Os analistas destacam que a estabilidade no consumo das famílias tem sido o principal fator de sustentação para a recuperação gradual do varejo, mesmo diante de um cenário econômico ainda desafiador.