Casas Bahia reduz dívida em R$ 2,3 bi após reestruturação
Casas Bahia conclui reestruturação e corta dívida

O Grupo Casas Bahia anunciou, nesta terça-feira, 30 de dezembro de 2025, a conclusão bem-sucedida do seu plano de reestruturação financeira. O processo resultou em uma redução de R$ 2,3 bilhões na dívida líquida da companhia, em comparação com o balanço do terceiro trimestre do mesmo ano.

Detalhes da operação financeira

A estratégia da varejista envolveu uma complexa renegociação de suas debêntures, que são títulos de dívida. A empresa optou por alongar significativamente os prazos de vencimento e converter parte da dívida em ações do próprio capital.

As séries da décima emissão de debêntures foram reestruturadas. A primeira série, que venceria em 2029, teve seu prazo estendido para 2050, e a taxa de juros, antes atrelada ao CDI mais 1,5%, passou a ser de 100% do CDI. A terceira série, com vencimento original em 2030, também foi alongada para 2050, com sua taxa reduzida de CDI + 1% para apenas o CDI.

Já a segunda série da mesma emissão foi convertida em ações da Casas Bahia. A companhia ainda realizou uma décima primeira emissão, aplicando lógica similar para capturar outras debêntures e alongar seus prazos, consolidando vencimentos para o longínquo ano de 2050.

Impacto no capital e nos indicadores de endividamento

A conversão de dívida em ações, no entanto, teve um custo para os acionistas originais. A participação deles no capital social foi diluída. Antes da operação, eles detinham 100% do capital de R$ 654 milhões. Após a conversão, sua fatia caiu para 55,7%, equivalente a R$ 671 milhões, enquanto os debenturistas passaram a deter 44,3% (R$ 533 milhões).

Os resultados financeiros são expressivos. O endividamento líquido caiu de R$ 4,48 bilhões para R$ 2,15 bilhões. Um dos indicadores mais observados pelo mercado, a alavancagem (relação dívida líquida/Ebitda), caiu pela metade, saindo de 1,9 vez para 0,9 vez.

Consequências e perspectivas futuras

De acordo com o comunicado da empresa, a reestruturação trará uma economia significativa. Haverá uma redução de R$ 1,5 bilhão em despesas financeiras entre 2026 e 2030, gerando uma economia total de caixa de aproximadamente R$ 4,7 bilhões no período.

A companhia afirmou que a medida visa melhorar seu perfil de crédito, o que deve facilitar as relações com fornecedores e abrir portas para novos financiamentos no futuro. A operação representa um marco na tentativa da Casas Bahia de reorganizar suas finanças e buscar uma trajetória de crescimento mais sustentável, mesmo com o sacrifício de diluição acionária no curto prazo.