
O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) está com a faca e o queijo na mão — e dessa vez o alvo é a Pandurata, dona da Wickbold. Tudo por conta de uma investigação sobre possíveis falhas no acordo que transferiu o controle da marca para o grupo mexicano Bimbo.
Segundo fontes próximas ao caso, o órgão antitruste identificou "inconsistências preocupantes" nos documentos apresentados durante o processo de aprovação da transação, concluído em 2020. O valor? Nada menos que R$ 1,8 bilhão.
O que deu errado?
Parece que a história não foi tão redondinha quanto o pão de forma que essas empresas produzem. O CADE suspeita que:
- Informações relevantes foram omitidas (ou "esquecidas", como diria um advogado mais criativo)
- Compromissos assumidos não estão sendo cumpridos à risca
- Há indícios de que o mercado pode ter sido prejudicado
E olha que ironia: justo a Pandurata, que sempre se gabou de sua "transparência artesanal", agora está nesse vespeiro.
Efeito dominó no setor
Quando duas gigantes como Bimbo e Wickbold se encontram, o chão treme — e os concorrentes pequenos quase viram migalhas. A investigação do CADE mira justamente nisso: será que o acordo não criou um monopólio disfarçado nas prateleiras dos supermercados?
Um executivo do setor, que preferiu não se identificar, foi direto: "Isso aqui tá com cheiro de pão queimado. Alguém esqueceu de avisar que o forno estava muito quente."
O que pode acontecer?
O CADE tem dentes afiados quando o assunto é defender a concorrência. As possíveis consequências incluem:
- Multas milionárias (e não estamos falando de centavos)
- Revisão das condições do acordo
- Até mesmo a desfeitura da transação em casos extremos
Mas calma, não é para entrar em pânico ainda. O processo está só começando — e no Brasil, como sabemos, essas coisas podem levar anos. Ou décadas.
Enquanto isso, os consumidores seguem comprando seus pães sem saber que, nos bastidores, rola uma briga que pode mudar o sabor (e o preço) do café da manhã de todo mundo.