Ibovespa cai 0,30% com tombo do Banco do Brasil após lucro despencar 60%
Ibovespa recua com queda de 60% no lucro do Banco do Brasil

O principal índice da bolsa brasileira, o Ibovespa, fechou em queda nesta quinta-feira, 13 de novembro de 2025, interrompendo uma sequência de 15 altas consecutivas que haviam levado o mercado a vários recordes históricos.

Queda do Banco do Brasil puxa baixa do índice

O Ibovespa recuou 0,30% nesta sessão, fechando aos 157,1 mil pontos. O movimento de realização de lucros foi influenciado principalmente pelo desempenho do Banco do Brasil, que representa 2,74% do índice e é a décima maior empresa em valor de mercado do país.

Os papéis do banco fecharam em desvalorização de 1,32% após a instituição reportar um lucro líquido de R$ 3,8 bilhões no terceiro trimestre do ano. O número representa uma queda expressiva de 60,2% em comparação com o mesmo período de 2024.

Cenário interno e externo pressionam mercado

Enquanto o dólar avançou para R$ 5,29, a agenda econômica brasileira permaneceu esvaziada, com o mercado acompanhando de perto os números do varejo. Em setembro, as vendas do comércio recuaram 0,3% na comparação com agosto.

No acumulado do ano, o varejo registra crescimento de 1,5%, enquanto em 12 meses o avanço foi de 2,1% - a menor taxa de crescimento desde janeiro de 2024.

No setor bancário, os demais grandes players apresentaram desempenho misto:

  • Itaú (ITUB4): alta de 0,40%
  • Bradesco (BBDC3): valorização de 0,36%
  • Bradesco (BBDC4): avanço de 0,21%
  • Santander (SANB11): alta de 0,54%

Fim do shutdown nos EUA gera expectativas

No cenário internacional, o presidente Donald Trump sancionou na véspera a lei que encerra oficialmente a paralisação parcial mais longa da história dos Estados Unidos.

Segundo Felipe Cima, analista da Manchester Investimentos, "O shutdown deixou o mercado bastante no escuro. Então, hoje existe a expectativa de que, com a retomada, os dados a serem divulgados vão mostrar uma fraqueza da economia americana, que pode levar à continuidade dos cortes de juros".

Esta expectativa de possíveis novos cortes de juros nos Estados Unidos, combinada com os resultados trimestrais decepcionantes do Banco do Brasil e os indicadores fracos do varejo nacional, explica o movimento de cautela que dominou o pregão desta quinta-feira na B3.