Ibovespa sobe 0,27% com foco na pré-candidatura de Flávio Bolsonaro
Ibovespa avança com pré-candidatura de Flávio Bolsonaro

O Ibovespa, principal indicador do mercado acionário brasileiro, encerrou a sessão desta sexta-feira, 26 de dezembro de 2025, com ganhos modestos. O índice avançou 0,27%, fechando próximo aos 160,8 mil pontos, em um pregão marcado por pouca liquidez e atenção ao cenário político nacional.

Cenário político influencia negociações

Em um dia com escassos catalisadores econômicos, os investidores voltaram seus olhos para os desdobramentos da política brasileira. O principal foco foi a reação do mercado à carta de Jair Bolsonaro, divulgada na véspera, na qual o ex-presidente oficializa a pré-candidatura de seu filho, Flávio Bolsonaro, à Presidência da República.

O texto, manuscrito, foi lido pelo próprio senador em frente ao hospital DF Star, em Brasília, local onde o pai se recuperava de uma cirurgia de hérnia inguinal. Para o analista Felipe Cima, da Manchester Investimentos, a grande questão agora é observar a evolução da imagem do pré-candidato. "Agora, a grande questão é observar se Flávio Bolsonaro conseguirá diminuir sua rejeição ao longo dos próximos dias, mais especificamente até abril", afirmou o especialista.

Fraude bilionária e risco institucional

Paralelamente, outra notícia capturou a atenção dos agentes financeiros: uma decisão do ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF). O magistrado determinou a realização de uma audiência de acareação envolvendo o sócio do Banco Master, Daniel Vorcaro, o ex-presidente do Banco de Brasília (BRB), Paulo Henrique Costa, e o diretor de Fiscalização do Banco Central, Ailton de Aquino.

A medida integra uma investigação de fraudes financeiras que podem ter movimentado 17 bilhões de reais por meio da emissão de títulos de crédito falsos. A leitura predominante no mercado é de que casos dessa natureza ampliam a percepção de fragilidade institucional, um elemento que impacta diretamente a avaliação de risco feita por investidores. Episódios assim podem elevar o prêmio de risco exigido para investir no país ou até motivar a exclusão de ativos brasileiros de carteiras internacionais, especialmente quando há dúvidas sobre governança.

Comportamento dos papéis e cenário externo

Entre as ações de maior peso no índice, os bancos apresentaram desempenho misto, refletindo o dia de pouca liquidez. Os destaques foram:

  • Santander (SANB11): liderou os ganhos, com alta de 0,53%.
  • Banco do Brasil (BBAS3): avançou 0,46%.
  • Bradesco (BBDC4): registrou leve queda de 0,05%.
  • Itaú (ITUB4): teve desvalorização de 0,06%.

No mercado de câmbio, o dólar comercial encerrou o dia em alta, sendo negociado a R$ 5,54. No cenário internacional, os analistas observaram a valorização de metais preciosos, como ouro e prata. Segundo Guilherme Falcão, sócio da One Investimentos, esse movimento é impulsionado por dois fatores principais: a perspectiva de cortes nas taxas de juros nos Estados Unidos, que enfraquece o dólar frente ao real, e a percepção de risco geopolítico, com destaque para as tensões entre EUA e Venezuela.

Em resumo, o pregão desta sexta-feira consolidou um final de ano onde o mercado financeiro demonstra sensibilidade aguda não apenas a indicadores econômicos, mas também aos rumos da política doméstica e a eventuais abalos na confiança institucional, que seguem como variáveis cruciais para os investidores.