
Parece que os ventos do comércio internacional estão prestes a mudar de direção — e não é pouco. Donald Trump, aquele que nunca faz nada pela metade, decidiu acabar com a isenção de minimis nos Estados Unidos. Traduzindo: aquelas comprinhas abaixo de US$ 800 que entravam sem taxação? Agora podem ficar mais caras.
E olha, isso não é só um probleminha de alfândega. A medida tem tudo para virar um terremoto nas relações comerciais, especialmente para países como o Brasil, que exportam bastante para o Tio Sam. Quem comprava aquela pecinha de reposição ou amostra industrial baratinha? Pode se preparar para abrir o bolso.
O que muda na prática?
Antes, qualquer produto abaixo desse valor entrava de mansinho, sem alarde fiscal. Agora? Cada pacote vai ser revirado — e taxado. E não pense que é só sobre sua encomenda da China não. Empresas brasileiras que dependiam desse benefício para exportar pequenos volumes estão com a corda no pescoço.
"É como se alguém tivesse fechado a torneira do jeito mais inesperado possível", diz um exportador de São Paulo que prefere não se identificar. Ele exporta componentes eletrônicos em pequenas quantidades e já está fazendo as contas do prejuízo.
E o Brasil nessa história?
Pois é, a gente sempre acaba no meio do fogo cruzado. Só no ano passado, o Brasil exportou mais de US$ 30 bilhões em produtos beneficiados por essa regra. Setores como:
- Peças automotivas
- Componentes industriais
- Produtos de tecnologia
Podem sentir o baque primeiro. E tem mais: isso pode ser só o começo de uma guerra comercial disfarçada. Trump, como sempre, não avisa quando vai puxar o gatilho.
Enquanto isso, nos corredores do Itamaraty, o clima é de "vamos esperar para ver". Mas entre nós? Melhor não segurar muito a respiração. Quando o assunto é comércio exterior e Trump, o imprevisível vira rotina.