
O clima em Jackson Hole era tenso, pra ser sincero. Todo mundo com aquela expressão de quem tentava decifrar um enigma — e Jerome Powell, claro, no centro das atenções. O chairman do Federal Reserve subiu ao palco do simpósio anual com a postura serena de sempre, mas cada palavra era dissecada como se fosse um código secreto.
E aí, o que ele realmente disse? Bem, a mensagem central foi… paciência. Uma daquelas lições de que não adianta correr quando o assunto é economia. Powell deixou claro que o comitê de política monetária segue numa dança delicada entre controlar a inflação e não estrangular o crescimento.
Os sinais entre as linhas
Quem esperava uma guinada dramática, se frustrou. Powell não deu nenhuma indicação concreta de cortes agressivos — pelo contrário. Ele reforçou que qualquer decisão vai depender dos dados que chegarem nas próximas semanas. Traduzindo: o Fed não vai se apressar por pressão do mercado ou manchete de jornal.
Não é surpresa, né? A inflação ainda assombra como um fantrama teimoso. Mesmo com alguma melhora recente, ainda está acima da meta de 2% que o Fed tanto almeja. E Powell, sabe como é, não quer repetir os erros dos anos 70, quando a autoridade monetária afrouxou antes da hora e… deu no que deu.
E o Brasil nessa história?
Poxa, é inevitável pensar nas consequências daqui. Os juros americanos altos seguram a fuga de capitais de economias emergentes — inclusive a nossa. Enquanto o Fed segura a barra, o Banco Central respira aliviado e ganha um tempinho para fazer seus próprios movimentos.
Mas calma, não é tudo flores. Se os EUA demorarem muito para baixar os juros, o dólar pode ficar forte por mais tempo. E aí, commodities em real? Podem sofrer. É um jogo de xadrez global, e Powell moveu seu peão com cuidado extremo.
Reação do mercado? Contida, mas aliviada.
Os investidores saíram do discurso sem sustos, mas também sem fogos de artifício. As bolsas europeias fecharam estáveis, e o futuro do Dow Jones manteve o tom. Ninguém comemorou, mas ninguém entrou em pânico — o que, convenhamos, já é uma vitória nestes tempos imprevisíveis.
Powell, ao que parece, conseguiu o que queria: passar confiança sem afobação. E deixou a plateia — e o mundo — com uma mensagem subliminar: economia não é lugar para ansiosos.