O ano de 2025 terminou com um presente inesperado para a economia dos Estados Unidos: um crescimento robusto que desmentiu as previsões mais pessimistas de especialistas. Enquanto os números macroeconômicos brilham, uma parcela significativa da população norte-americana ainda sente o aperto no bolso, criando um paradoxo que define o atual momento.
O boom que ninguém previu
Contrariando uma onda de prognósticos que anunciavam recessão e caos comercial devido às tarifas implementadas, a economia dos EUA apresentou um desempenho surpreendente no último trimestre de 2025. O Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 4,3%, mantendo a inflação em 2,9%, marca que representa três quedas consecutivas. O país, que possui uma economia de 30 trilhões de dólares, também viu a produção de energia atingir níveis recordes.
Este cenário positivo levou vozes aliadas ao governo, como o intelectual Victor Davis Hanson, a elencar os feitos da administração Trump. Entre eles, estão a assinatura de acordos comerciais considerados equilibrados, a queda nos preços dos combustíveis e o crescimento histórico do PIB, contrastando com o que chamam de "economia moribunda" da era Biden.
O paradoxo: números positivos versus percepção pública
Apesar dos indicadores favoráveis, uma pesquisa recente revela que 70% dos americanos consideram difícil ou muito difícil manter seu padrão de vida. Esta desconexão entre os dados econômicos agregados e a experiência cotidiana das famílias se tornou um dos principais temas de discussão.
Analistas pró-governo, como Peter Navarro, argumentam que muitos economistas falharam em suas previsões porque não compreendem ou se recusam a admitir a eficácia do "modelo Trump". Eles apontam para fatores como cortes de impostos, desregulamentação e grandes investimentos em setores de ponta, como Inteligência Artificial e fusão nuclear, como motores do crescimento. Para 2026, espera-se um influxo de 10 trilhões de dólares em investimento estrangeiro.
A riqueza da revolução digital e os desafios futuros
Um dos símbolos mais claros deste boom é o surgimento de novas fortunas. Segundo a Forbes, cinquenta novos bilionários emergiram em 2025, a maioria com negócios ligados à Inteligência Artificial. Elon Musk, por exemplo, aproximou-se de uma fortuna pessoal de 700 bilhões de dólares. Este fenmeno impulsiona o consumo de luxo, que ajuda a puxar a economia para cima.
No entanto, desafios significativos se aproximam. Críticos alertam para a dívida pública americana, que bate em 40 trilhões de dólares, considerada insustentável por muitos. Questões como a política de vistos para trabalhadores estrangeiros, que pode impactar o setor de alta tecnologia, e a dependência do crescimento contínuo da produção de energia para alimentar a sede da IA, soam como alertas.
Além disso, a tarefa para o presidente Donald Trump em 2026 ser dupla: sustentar o crescimento, reduzir o custo de vida percebido pela populao e convencer a opinio pública de que a prosperidade macroeconmica se traduz em bem-estar individual. Com eleies legislativas no horizonte e a perspectiva de completar 80 anos em junho, o desafio político e de gesto parece tico.
O cenário final de 2025 mostra uma economia americana resiliente e em expanso, que provou seus crticos errados. Mas o sucesso final do modelo ser medido no supermercado, no posto de gasolina e no oramento das famlias, e no, apenas, nas planilhas de Wall Street e nos rankings de bilionrios.