O governo brasileiro aguarda uma resposta oficial dos Estados Unidos sobre um plano de negociação bilateral que deve orientar as tratativas para solucionar os impasses comerciais entre as duas nações. O documento, chamado de "mapa do caminho", estabelece diretrizes para encerrar as tarifas de até 50% aplicadas pelos norte-americanos sobre produtos brasileiros.
Diálogo Aberto Entre as Nações
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, detalhou os avanços nas conversas após uma série de encontros com o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio. Os dois se reuniram três vezes nesta semana - duas durante a reunião do G7 no Canadá e uma em Washington nesta quinta-feira (13).
Segundo Vieira, Rubio demonstrou interesse em acelerar as discussões e garantiu que o governo de Donald Trump pretende enviar uma resposta ao Brasil nos próximos dias. "O diálogo está muito aberto. Fizemos uma proposta detalhada, com base na lista de temas que recebemos em outubro. Agora esperamos o retorno americano", afirmou o chanceler brasileiro.
Estruturação do Plano Comercial
O ministro explicou que o plano apresentado por Brasília foi construído em conjunto com o Ministério da Fazenda e o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. A ideia central é criar um cronograma de trabalho de médio prazo que sirva como base para um acordo comercial mais amplo entre as duas economias.
De acordo com Vieira, Trump elogiou a reunião que teve com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em outubro, na Malásia, e indicou disposição política para avançar nas negociações. "Foi uma sinalização importante, que mostra vontade de cooperação e de reaproximação", disse o chanceler.
Metas e Prazos Definidos
A meta estabelecida pelas duas nações é concluir até o final de novembro um acordo provisório que funcione como ponto de partida para negociações mais complexas. O roteiro deve estabelecer metas e compromissos a serem cumpridos em até dois anos.
Vieira também esclareceu que as conversas com Rubio trataram do aspecto político e institucional das negociações, sem entrar em temas específicos como a suspensão das tarifas sobre o café brasileiro. Essa questão continua sendo discutida em outros fóruns técnicos.
"Há boa vontade de ambos os lados. O importante, agora, é consolidar um canal de diálogo estável e previsível", concluiu o ministro das Relações Exteriores.
Paralelamente, Donald Trump afirmou que vai reduzir em breve as tarifas de importação sobre o café, prometendo agilizar o processo para conter a alta de preços nos EUA. O Tesouro norte-americano confirmou que o plano incluirá também produtos como bananas, mas sem detalhar quais países serão beneficiados.