
O ano de 2025 está sendo, sem sombra de dúvida, um verdadeiro terremoto para a caderneta de poupança. Os números que saíram esta semana são de assustar até o mais experiente dos economistas. Até setembro, os brasileiros retiraram nada menos que R$ 785 bilhões das cadernetas de poupança. Sim, você leu certo: bilhões.
Parece que a velha e confiável poupança perdeu completamente o seu encanto. E não é difícil entender o porquê. Com a Selic lá em cima — aquela taxa básica de juros que o Copom decide — outros investimentos ficaram muito mais interessantes. O Tesouro Direto, por exemplo, virou o queridinho do momento.
O que os números não mentem
Os dados do Banco Central mostram uma fuga em massa. Só em setembro, foram R$ 11,8 bilhões a menos. É como se uma cidade inteira tivesse decidido, de uma só vez, tirar seu dinheiro da poupança. A situação está tão feia que o saldo total caiu para R$ 1,099 trilhão. Faz tempo que não víamos números tão baixos.
E tem mais: as aplicações novas simplesmente não estão dando conta de repor o que está saindo. Em setembro, entraram R$ 39,9 bilhões, mas saíram R$ 51,7 bilhões. A matemática é cruel e não engana ninguém.
Por que todo mundo está tirando o dinheiro?
Bom, a resposta é mais óbvia do que parece. A poupança hoje rende 0,5% ao mês mais a TR — que está praticamente zerada. Enquanto isso, a Selic continua em patamares altíssimos. A conta não fecha! Qualquer pessoa com dois dedos de frente percebe que está perdendo dinheiro deixando na poupança.
Os fundos de investimento, por outro lado, estão com o pé na jaca. Só em setembro, captaram R$ 40,6 bilhões. O Tesouro Direto também não fica atrás — R$ 4,1 bilhões em aplicações líquidas. A migração está acontecendo de forma acelerada, e quem não se mexeu ainda está ficando para trás.
E o que isso significa para o João e a Maria?
Para o pequeno investidor, a situação é complicada. Muita gente ainda vê a poupança como o lugar mais seguro para guardar dinheiro. Mas a verdade é que, com a inflação que temos visto, o poder de compra desse dinheiro está derretendo igual sorvete no sol de verão.
Os especialistas — aqueles que estudam isso há anos — estão unânimes: a tendência é que essa migração continue enquanto os juros básicos se mantiverem altos. O brasileiro está, finalmente, aprendendo a buscar melhores oportunidades. E isso, convenhamos, não é necessariamente uma má notícia.
Resta saber: será que a poupança vai conseguir recuperar seu lugar no coração dos brasileiros? A resposta, meu caro, só o tempo — e os juros — dirão.