
O clima não está nada agradável no polo calçadista gaúcho. Na contramão das expectativas de recuperação pós-pandemia, uma tradicional empresa do ramo — que prefere não ter o nome divulgado — acabou de dar uma facada no coração de dezenas de famílias. Sim, estamos falando de demissões em massa, aquela velha história que ninguém gosta de contar.
Segundo fontes próximas ao ocorrido, a decisão veio após um trimestre desastroso. As vendas simplesmente não engrenaram, e os estoques estão cheios — situação que qualquer empresário conhece bem e teme como o diabo foge da cruz.
Os números que doem
Embora a empresa não tenha divulgado oficialmente quantas pessoas foram para a rua (aquele jeitinho corporativo de amenizar o baque), circula pelos corredores que pelo menos 15% do quadro foi cortado. Em um setor que já vinha cambaleando desde 2022, essa notícia caiu como uma bomba.
E olha que a coisa não para por aí:
- Produção reduzida em 30% no último semestre
- Fábricas trabalhando abaixo da capacidade
- Fornecedores com pagamentos atrasados
O que dizem os especialistas?
Conversamos com Ana Lúcia Mendes, economista com 20 anos de experiência no setor, que não poupou palavras: "É o pior momento desde a crise de 2015. As empresas estão entre a cruz e a espada — ou demitem para sobreviver, ou afundam junto com todo mundo". Dura realidade.
Já o sindicato local promete "lutar até o fim" pelos direitos dos trabalhadores. Mas convenhamos, nessas horas, todo mundo sabe como a história costuma terminar...
E os funcionários?
Um dos demitidos, que pediu para ser identificado apenas como "João", desabafou: "Trabalhei 12 anos lá. Saí com uma mão na frente e outra atrás. Agora é ver no que vai dar". A angústia no olhar dele dizia mais que mil palavras.
Enquanto isso, nas redes sociais, a revolta toma conta. Alguns apontam o dedo para a "ganância dos patrões", outros culpam o governo pela falta de incentivos. O certo é que, no meio dessa bagunça toda, quem sempre se ferra é o trabalhador.
E você, o que acha dessa situação? Será que o setor calçadista ainda tem salvação, ou é melhor começar a pensar em outras alternativas? Uma coisa é certa: o chão da fábrica nunca esteve tão frio para tantas famílias gaúchas.