
Parece que o Ibovespa resolveu tirar uma soneca nesta quarta-feira. Depois daquele rebuliço com o pacote de ajuda aos exportadores anunciado pelo governo, a bolsa brasileira ficou naquele vai-e-vem sem graça — fechou quase no zero a zero, com ligeira queda de 0,03%, aos 127.628 pontos.
Quem esperava um foguete após as medidas, se lascou. O mercado reagiu com a empolgação de um torcedor de time pequeno na segunda divisão. Nem com o dólar dando uma aliviada para R$5,07 os investidores se animaram direito.
O que tá pegando?
Analistas tão divididos que parece reunião de condomínio:
- De um lado, tem gente achando que o pacote foi só um band-aid num ferimento profundo
- De outro, os mais otimistas acreditam que a medida pode dar um gás lá na frente
- E claro, não podia faltar o time do "vamos esperar pra ver"
"Tem cheiro de medida paliativa", soltou um operador de mesa, enquanto tomava seu café estragado da corretora. "Quando a gente vê governo correndo com pacote, é sinal que a coisa tá feia lá na ponta."
Setores no páreo
Enquanto isso, no ringue das ações:
Vale — subiu 0,89%, como se alguém tivesse soprado no ouvido dela que o minério de ferro vai dar uma respirada
Petrobrás — caiu 1,21%, provavelmente ainda ressacada da última briga com o governo
Bancos — Itaú e Bradesco fizeram hora extra no vermelho, enquanto o Santander tentou disfarçar com um verde tímido
E os exportadores? Ah, esses ficaram naquele morno morno. Parece que o mercado já tinha precificado a ajuda antes mesmo do anúncio — típico, não?
E agora, José?
Com a Selic caindo e o mundo lá fora numa sinuca de bico (você viu a confusão nos EUA com a dívida pública?), o Ibovespa parece um bêbado tentando andar na linha. Uns dias pra cá, outros pra lá, mas no final sempre acaba no mesmo lugar.
"Tá faltando combustível pra uma alta sustentável", confessou uma analista que pediu pra não ser identificada — provavelmente pra não levar pedrada dos clientes. "Sem reformas estruturais, a gente fica nesse pingue-pongue."
Enquanto isso, os pequenos investidores ficam ali, igual torcida organizada, torcendo pra não tomar outro gol. A próxima jogada? Ficar de olho no Congresso e nas próximas medidas econômicas. Porque no mercado financeiro, como no futebol, o jogo só acaba quando o juiz apita.