O mercado financeiro brasileiro vive um dia de movimentos contrastantes nesta terça-feira (11), com o dólar em queda e o Ibovespa renovando seus recordes históricos. Enquanto isso, investidores acompanham atentos os desdobramentos da política monetária nacional e a possível solução para a paralisação do governo americano.
Cenário doméstico: Copom mantém postura conservadora
O Banco Central divulgou a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), reforçando maior convicção de que a taxa Selic em 15% ao ano é suficiente para controlar a inflação. O documento indica que os juros devem permanecer nesse patamar por um período prolongado, sem sinais de quando começará o ciclo de cortes.
Segundo a autoridade monetária, há uma moderação gradual da atividade econômica em curso, com certa diminuição da inflação corrente e alguma redução nas expectativas de inflação. Porém, o BC mantém a interpretação de que a inflação ainda é pressionada pela demanda e requer política monetária contracionista.
IPCA de outubro mostra desaceleração da inflação
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou em 0,09% em outubro, representando uma desaceleração significativa em relação aos 0,48% de setembro. Nos últimos 12 meses, o indicador acumula alta de 4,68%, abaixo dos 5,17% registrados no período anterior.
Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, três tiveram variação negativa no mês:
- Artigos de residência (-0,34%)
- Habitação (-0,30%)
- Comunicação (-0,16%)
A queda de 0,30% em Habitação foi influenciada principalmente pela redução de 2,39% na energia elétrica residencial, que exerceu o maior impacto negativo no índice do mês. O recuo reflete a troca da bandeira tarifária vermelha patamar 2 pela vermelha patamar 1.
Mercado financeiro e cenário internacional
No campo dos investimentos, o Ibovespa registrou sua 14ª alta consecutiva, fechando em 155.257 pontos - novo recorde histórico. Já o dólar caiu 0,55%, sendo cotado a R$ 5,307, marcando a quarta valorização seguida do real.
Nos Estados Unidos, a paralisação do governo, que já dura 42 dias, pode estar perto do fim. O Senado aprovou uma medida provisória de financiamento, com apoio de democratas centristas, para tentar encerrar o impasse. A proposta ainda precisa passar pela Câmara dos Representantes e ser sancionada pelo presidente Donald Trump.
O fim da paralisação pode liberar cerca de US$ 953 bilhões em recursos do Tesouro americano, que estão represados desde o início do shutdown. Esse montante pode ajudar a destravar investimentos, pagamentos e programas sociais, além de aliviar a pressão sobre famílias de baixa renda.
Nos mercados globais, as bolsas americanas e europeias operam em alta, refletindo o otimismo com o possível acordo para encerrar a paralisação do governo federal dos EUA. O avanço nas negociações trouxe alívio aos investidores após semanas de incerteza.