
Não é todo dia que um banco grande resolve jogar limpo. Mas o Banco do Brasil, aquele mesmo que já foi sinônimo de burocracia, deu um passo inesperado: abriu as cartas sobre a inadimplência em seu portfólio e — pasme — o mercado gostou do que viu.
"A gente sabe que falar de calote não é exatamente um tema sexy", admitiu um analista que prefere não se identificar, "mas quando um banco para de maquiar números e mostra a real, até os mais céticos dão o braço a torcer".
Os números que ninguém esperava
O que chama atenção não são só os índices (que, vamos combinar, ainda assustam), mas a coragem de colocar tudo na mesa:
- Inadimplência do varejo subindo para 5,1% — um aumento de 0,6 pontos percentuais em um ano
- Setor agrícola com performance melhor que o esperado, ficando em 2,9%
- E o mais importante: projeções realistas para os próximos trimestres
"Tem banco que prefere empurrar problema com a barriga", comentou um gestor de fundos, "o BB poderia ter feito igual, mas escolheu o caminho mais difícil — e honesto".
O plano que fez diferença
Mais do que diagnosticar a doença, o banco apresentou a receita. E não foi aquela velha história de "austeridade" que ninguém aguenta mais ouvir:
- Revisão criteriosa de concessões de crédito — sem cortes radicais
- Programas de renegociação personalizados (sim, eles juram que não são aquelas armadilhas)
- Foco em setores específicos onde a inadimplência dói menos
"Parece óbvio, né? Mas você não imagina quantas instituições fingem que o problema vai sumir sozinho", disparou uma fonte do mercado.
O mercado comprou? Quase isso
As ações do BB subiram modestamente após o anúncio — nada de fogos de artifício, mas considerando o cenário, foi como um abraço apertado dos investidores. "É aquele alívio quando alguém finalmente admite que o teto está vazando", comparou um pequeno acionista.
Os analistas, sempre desconfiados, estão cautelosamente otimistas. "A transparência compra tempo e credibilidade", avalia um relatório, "mas o desafio real começa agora".
Entre os bastidores, circula que parte da equipe econômica do governo torceu o nariz — afinal, números crus nem sempre combinam com discursos políticos. Mas no mundo real, onde contas precisam fechar, a estratégia do BB pode ser justamente o que o médico receitou.