O Banco do Brasil divulgou nesta quarta-feira (12) resultados que mostram uma queda de 60,2% no lucro líquido no terceiro trimestre de 2025 em comparação com o mesmo período do ano anterior. O montante totalizou R$ 3,78 bilhões, valor que, apesar da expressiva redução, superou as expectativas do mercado financeiro.
Desempenho financeiro detalhado
Os analistas consultados pela LSEG projetavam um lucro de R$ 3,7 bilhões, mas o banco conseguiu ultrapassar essa previsão. Quando observado o lucro contábil, que somou R$ 3 bilhões, houve um recuo modesto de 0,2% na comparação com o trimestre anterior, mas uma expressiva redução de 66% na análise anual.
A instituição financeira também anunciou uma revisão importante em suas projeções para o próximo ano. A expectativa de lucro para 2025, que antes variava entre R$ 21 bilhões e R$ 25 bilhões, foi ajustada para uma faixa mais conservadora, entre R$ 18 bilhões e R$ 21 bilhões. Essa nova estimativa fica abaixo da mediana das projeções dos analistas, que era de R$ 22,4 bilhões.
Custo do crédito e inadimplência em alta
O aumento esperado no custo do crédito foi o principal motivo para a revisão das projeções. A estimativa para este item foi ajustada para uma faixa entre R$ 59 bilhões e R$ 62 bilhões, valor significativamente superior ao intervalo anterior, que variava de R$ 53 bilhões a R$ 56 bilhões.
No terceiro trimestre, o custo do crédito registrou alta de 77,7% em relação ao mesmo período de 2024, alcançando R$ 17,9 bilhões. Na comparação com o trimestre anterior, o aumento foi de 12,7%.
A inadimplência também apresentou crescimento preocupante. O índice de atrasos acima de 90 dias subiu para 4,93% em setembro, ante 4,21% em junho e 3,33% registrado um ano antes.
Pressão no setor agropecuário
A carteira de crédito agropecuário continua pressionando os resultados do Banco do Brasil. A taxa de atraso neste segmento atingiu 5,34%, com destaque para os problemas enfrentados pela cultura da soja e pelas dificuldades nas regiões Centro-Oeste e Sul do país.
O setor também vem registrando aumento nos pedidos de recuperação judicial, contribuindo para a deterioração dos indicadores. O indicador antecedente de operações com atraso superior a 30 dias disparou de 5,53% no fim de junho para 7,78% no trimestre encerrado em setembro.
Embora os indicadores de crédito mostrem desafios, a margem financeira bruta do Banco do Brasil apresentou performance positiva, alcançando R$ 26,4 bilhões no terceiro trimestre. Esse valor representa um avanço de 5,1% em relação ao trimestre anterior e crescimento de 1,9% frente ao mesmo período de 2024.
As receitas com prestação de serviços, por outro lado, tiveram queda de 2,6% na comparação anual, embora tenham registrado leve alta de 1,3% no trimestre.