O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou uma variação de 0,09% em outubro de 2025, marcando a menor taxa para o mês desde 1998. O resultado representa uma significativa desaceleração frente ao 0,48% observado em setembro e ao 0,56% de outubro do ano anterior.
Queda da energia elétrica puxa inflação para baixo
O grupo Habitação apresentou queda de 0,30% em outubro, influenciado principalmente pela redução de 2,39% na energia elétrica residencial. Esta foi a maior influência negativa individual no índice do mês, com impacto de -0,10 ponto percentual.
Essa redução reflete a mudança da bandeira tarifária vermelha patamar 2 para a patamar 1, com a cobrança adicional na conta de luz caindo de R$ 7,87 para R$ 4,46 a cada 100 kWh consumidos. Apesar dessa queda mensal, a energia elétrica residencial ainda acumula alta de 13,64% no ano e mantém o principal impacto positivo no período, com 0,53 ponto percentual.
Comportamento dos grupos de produtos e serviços
Dos nove grupos pesquisados pelo IBGE, três fecharam o mês em terreno negativo:
- Artigos de residência: -0,34%
- Habitação: -0,30%
- Comunicação: -0,16%
No lado das altas, o vestuário liderou com alta de 0,51%, impulsionado principalmente por calçados e acessórios (0,89%) e roupas femininas (0,56%).
Outros destaques positivos incluem:
- Despesas pessoais: 0,45% (com empregado doméstico subindo 0,52% e pacote turístico com alta de 1,97%)
- Saúde e cuidados pessoais: 0,41% (maior impacto positivo do mês com 0,06 p.p.)
- Transportes: 0,11% (com passagem aérea subindo 4,48% e combustíveis 0,32%)
Alimentação e bebidas praticamente estável
O grupo Alimentação e bebidas registrou variação de apenas 0,01% em outubro. A alimentação no domicílio caiu 0,16%, com destaque para as quedas do arroz (-2,49%) e do leite longa vida (-1,88%). No lado oposto, a batata-inglesa subiu 8,56% e o óleo de soja aumentou 4,64%.
A alimentação fora do domicílio acelerou significativamente, passando de 0,11% em setembro para 0,46% em outubro. Tanto os lanches (de 0,53% para 0,75%) quanto as refeições (de -0,16% para 0,38%) apresentaram aceleração.
Panorama regional e acumulados
As maiores variações regionais foram registradas em:
- Goiânia: 0,96% (energia elétrica residencial: 6,08% e gasolina: 4,78%)
- São Luís e Belo Horizonte: -0,15% cada
Nos últimos doze meses, o IPCA acumula alta de 4,68%, abaixo dos 5,17% registrados nos doze meses imediatamente anteriores. No ano, o índice acumula 3,73% de alta.
INPC também desacelera
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a inflação para famílias com renda de 1 a 5 salários mínimos, registrou alta de 0,03% em outubro. No ano, o acumulado é de 3,65% e, nos últimos doze meses, de 4,49%.
Os dados foram coletados pelo IBGE no período de 30 de setembro a 29 de outubro de 2025, comparados com os preços vigentes de 30 de agosto a 29 de setembro do mesmo ano.