
Não é de hoje que o jogo comercial entre Brasil e Estados Unidos parece uma partida de xadrez com peças desiguais. Mas agora, com a ameaça de novas tarifas americanas pairando no ar, a CNI (Confederação Nacional da Indústria) soltou o verbo: "Momento exige negociação, não retaliação". E faz sentido — quem já viu briga de cachorro grande acabar bem?
Segundo a entidade, que representa o coração pulsante da indústria nacional, a resposta imediata com medidas de contra-ataque poderia ser um tiro no pé. "Temos muito mais a perder do que a ganhar", dizem os técnicos, enquanto analisam os possíveis impactos nos setores mais vulneráveis.
Por que agora?
O timing não poderia ser pior. Enquanto a economia brasileira tenta se recuperar dos tombos recentes, essa nova barreira comercial aparece como um obstáculo inesperado na pista. Só que, ao contrário do que muitos pensam, a solução não está no calor da reação, mas no gelo da estratégia.
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E não é só isso. O que muita gente não percebe é que essas tarifas podem ser a ponta de um iceberg muito maior — uma mudança na política comercial americana que pode pegar vários países desprevenidos. O Brasil, claro, está na lista.
O caminho sugerido pela CNI
Em vez de partir para o tudo ou nada, a confederação prefere uma abordagem que mistura paciência de monge com astúcia de diplomata. A receita? Muita conversa, dados concretos e uma pitada de realismo.
"Temos que mostrar números, não bravata", defende um dos economistas da entidade, que prefere não se identificar. "Quando você chega com estudos mostrando o impacto real nas cadeias produtivas dos dois lados, o jogo muda."
E faz sentido. Afinal, na era da interdependência global, até os maiores players precisam uns dos outros — mesmo que não queiram admitir publicamente.