
Parece que o brasileiro resolveu abrir mesmo a carteira quando o assunto é viajar para fora do país. E não é pouco, não. Os números que acabaram de sair do Banco Central são de deixar qualquer um de queixo caído: em julho, a gente gastou a bagatela de US$ 2,02 bilhões em terras estrangeiras. É dinheiro pra caramba!
Esse valor não é só alto. Ele é, pasmem, o maior dos últimos onze anos para um mês de julho. A última vez que a gente tinha visto uma maré dessas foi lá em 2014, um tempo que parece outra vida, né? Para você ter uma ideia do estrago – no bom sentido, claro –, o gasto médio diário foi de US$ 65,2 milhões. Todo. Santo. Dia.
Mas o que explica essa farra toda?
Bom, a história é um pouco mais complexa do que simplesmente "todo mundo ficou rico". Um dos fatores que pesou – e muito – foi a valorização do nosso real frente ao dólar. Sim, aquela sensação gostosa de ver a cotação mais amigável no câmbio. Quando a gente sente que o dinheiro vai render mais, a tentação de comprar aquele perfume francês ou o eletrônico dos sonhos fica quase incontrolável.
E julho, convenhamos, é um mês perfeito para isso. Com as férias escolares batendo na porta, muitas famílias aproveitaram para embarcar e curtir um tempo fora. É aquela combinação clássica: tempo livre + moeda favorável = consumo nas alturas.
E não para por aí...
Se a gente for comparar com o mesmo período do ano passado, a diferença é ainda mais gritante. Os gastos subiram incríveis 15,8% na comparação com julho de 2024. E olha que o ano passado já não tinha sido fraco. A tendência de alta parece veio para ficar, pelo menos por enquanto.
Os especialistas que analisam esses dados costumam chamar essa conta de "viagens internacionais" no balanço de pagamentos. Basicamente, é tudo o que a gente gasta com serviços lá fora – hospedagem, passeios, comidas – e também aquelas comprinhas que não resistimos e trazemos na mala (ou nem isso, com o e-commerce globalizado).
É um termômetro e tanto para medir não só o ânimo do consumidor brasileiro, mas também a confiança na economia. Afinal, só gasta assim quem está sentindo um certo... alívio, digamos assim.
Claro, sempre tem quem olhe para esses números com um pouco de preocupação. Todo esse dinheiro saindo do país é, de certa forma, uma saída de divisas. Mas, por outro lado, é sinal de que tem gente circulando, consumindo e movimentando o mundo.
Resta saber se agosto vai continuar nessa toada ou se foi só um pico de euforia de meio de ano. Uma coisa é certa: o brasileiro adora uma viagem internacional e, quando o câmbio ajuda, não hesita em fazer as malas e... esvaziar a conta.