
Parece que o Brasil vai manter o passo, mas sem correr muito. O Banco Mundial acabou de confirmar que mantém intacta sua projeção para nossa economia este ano: 2,4% de crescimento. Nada mal, considerando o cenário global que anda mais capenga que time de várzea em dia de chuva.
Mas segura a empolgação porque a estrada à frente pode ter alguns buracos. O que me preocupa - e deve preocupar você também - é que para 2026 a música pode mudar. A previsão é de uma desaceleração para 2,2%. Parece pouco, mas na prática significa menos fôlego na reta final.
O cenário global não ajuda
O mundo inteiro está numa sinuca de bico. O próprio relatório do Banco Mundial cortou a perspectiva global de crescimento para 2,5% este ano. É como se todos estivéssemos navegando num mar revolto, tentando não afundar enquanto a tempestade não passa.
E olha que tem mais: a América Latina como um todo deve crescer apenas 1,7% em 2025. Nesse contexto, nosso 2,4% até que não está tão ruim - é como ser o menos pior da turma quando a professora aplica uma prova difícil.
Por que 2026 preocupa?
Bom, aí é que está o X da questão. Os economistas do Banco Mundial apontam alguns fatores que podem frear nosso crescimento no ano que vem:
- Juros internacionais persistentemente altos - isso sufoca investimentos
- Tensões geopolíticas que não dão trégua
- Restrições fiscais aqui mesmo no Brasil
- E, claro, aquele velho fantasma chamado incerteza
Não é exatamente um cenário de filme de terror, mas também não dá para ficar comemorando antecipadamente.
E o que isso significa na prática?
Para você e para mim, esses números não são apenas porcentagens vazias. Eles traduzem em empregos (ou falta deles), poder de compra no supermercado, capacidade de planejar o futuro. Quando a economia desacelera, é como se o oxigênio ficasse mais rarefeito - todo mundo sente, mas os mais vulneráveis sentem primeiro e por mais tempo.
O Banco Mundial, aliás, foi bem claro: "O crescimento moderado reflete um ambiente externo desafiador e condições financeiras domésticas restritivas". Em português claro: o mundo lá fora está complicado e aqui dentro o dinheiro continua caro.
Enfim, o resumo da ópera é que estamos num momento de cautela. A economia brasileira está seguindo em frente, mas com o pé no freio e os olhos no retrovisor. E para 2026? Melhor não fazer muitas festas ainda - parece que a estrada vai ficar mais íngreme.