Alerta no Campo: Tarifa dos EUA Pode Arrasar Exportações de Mel Brasileiro
Tarifa dos EUA ameaça exportação de mel brasileiro

Parece que o céu não está tão doce para os nossos apicultores. A notícia chegou como um vento norte, gelado e direto: os Estados Unidos estão considerando seriamente enfiar uma tarifa de 25,75% em cima do mel brasileiro. A gente até parou para pensar – será que alguém lá em Washington ficou com inveja da qualidade do nosso produto?

O caso, na verdade, é bem mais sério e tem cheiro de retaliação comercial. Tudo remonta àquela velha e cansativa briga sobre aço e alumínio, sabe? Só que agora, quem pode pagar o pato são milhares de pequenos e médios produtores espalhados por aqui, que dependem desse comércio para sobreviver.

Um Golpe Duro no Bolso e no Campo

Imagina só: em 2023, o Brasil exportou uma bagatela de US$ 17,6 milhões em mel para os americanos. Pode não parecer um número astronômico para alguns, mas para o setor, é a diferença entre fechar as portas ou continuar respirando. Com a tarifa, nosso mel simplesmente ficaria caro demais, completamente fora do páreo num mercado super competitivo.

E olha, não é exagero. O presidente da Câmara Setorial do Mel, Nilton Mesquita, não esconde a preocupação. "É um absurdo, uma medida completamente desproporcional", ele dispara, com a voz cheia da experiência de quem vive o dia a dia do campo. A sensação é de que estão usando uma bazuca para matar uma formiga, e a formiga somos nós.

E Agora, José?

O que fazer quando seu maior cliente resolve fechar a porta? A pergunta de um milhão de dólares – literalmente – agora ronda a cabeça dos exportadores. A Associação Brasileira dos Exportadores de Mel (Abemel) já está em pé de guerra, articulando uma defesa ferrenha. Eles têm até o dia 29 de agosto para apresentar seus argumentos e tentar evitar esse desastre.

O plano B? Procurar outros mercados. Mas não é como ir à padaria da esquina, né? Esses negócios demoram anos para serem construídos. A União Europeia, o Canadá... são todos clientes em potencial, mas convencê-los a comprar volumes grandes, do dia para a noite, é uma tarefa hercúlea, pra não dizer quase impossível no curto prazo.

O pior de tudo é o timing. Não poderia ser pior. O setor já vinha enfrentando quedas brutais de produção por causa das intempéries climáticas – primeiro uma seca implacável, depois chuvas torrenciais que bagunçaram tudo. As abelhas, coitadas, ficaram sem saber pra onde correr. E agora isso. É como se estivéssemos levando um soco no estômago logo depois de cair do cavalo.

No final das contas, o que está em jogo vai muito além de números numa planilha. São famílias, tradições, e um dos produtos mais puros e característicos do nosso agronegócio. Torcemos para que a sensibilidade – e o bom senso – prevaleçam do outro lado da mesa. Porque do nosso lado, a conta não fecha.